Petróleo a US$ 45 não salva empresas de energia
Três casos de falência evidenciam que o barril de petróleo a US$ 45 não é suficiente para resgatar as empresas do setor de energia que estão à beira do colapso
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2016 às 21h29.
Três casos de falência nesta semana evidenciam que o barril de petróleo a US$ 45 não é suficiente para resgatar as empresas do setor de energia que estão à beira do colapso.
Desde o começo de 2015, 130 empresas norte-americanas de produção e serviços do setor de petróleo e gás pediram recuperação judicial com uma dívida de quase US$ 44 bilhões, de acordo com o escritório de advocacia Haynes & Boone.
O cálculo não inclui a Chaparral Energy, a Penn Virginia e a Linn Energy, que pediram a recuperação judicial nesta semana com uma dívida combinada de mais de US$ 11 bilhões.
Pelo menos quatro outras empresas de petróleo e gás com uma dívida de mais de US$ 8 bilhões estão se aproximando do calote, inclusive a Breitburn Energy Partners e a SandRidge Energy. Os casos de falência aceleraram porque, para as empresas famintas por dinheiro, foi quase impossível arrecadar capital. As empresas do setor de energia foram praticamente excluídas dos mercados de notas com yield alto, os bancos estão cortando as linhas de crédito e as vendas de ativos desaceleraram.
“Não acho que o modelo de exploração e produção na América do Norte seja econômico e não acho que tenha sido de fato econômico mesmo quando o petróleo custava US$ 80 ou US$ 100”, disse Jim Chanos, fundador e presidente da Kynikos Associates, em entrevista à Bloomberg TV na quinta-feira. “Certamente, esse modelo não é econômico com o barril a US$ 45”.
Dívidas paralisantes
Diversas outras empresas estão tendo dificuldades para sustentar as dívidas paralisantes. A SandRidge Energy, que deve US$ 4,13 bilhões, disse em seu relatório financeiro anual que os auditores colocaram em dúvida sua capacidade de permanecer em atividade. A empresa adiou a publicação de seus resultados relativos ao primeiro trimestre citando negociações atuais com credores sobre “uma possível transação abrangente de reestruturação”. A Breitburn, que tem uma dívida de US$ 3 bilhões, não realizou os pagamentos em abril e está negociando com credores.
A W&T Offshore deve quase US$ 1,5 bilhão e tem um saldo negativo em sua linha de crédito, que foi reduzida de US$ 350 milhões em março para US$ 150 milhões. A empresa disse que pagará a totalidade do empréstimo em três parcelas mensais. A Connacher Oil and Gas disse aos credores que está fazendo os preparativos do pedido de recuperação judicial e continua buscando um meio de evitar o calote, de acordo com duas fontes a par do assunto.
Lisa Elliott, porta-voz externa da W&T, preferiu não comentar se a empresa está se aproximando do calote. David Kimmel, porta-voz da SandRidge, não deu retorno imediato às mensagens enviadas por telefone e e-mail em busca de comentários. Mensagens de voz deixadas com os departamentos de relações com investidores da Breitburn e Connacher não foram respondidas imediatamente.
“Em resumo, o barril a US$ 45 não salva ninguém”, disse Spencer Cutter, analista de crédito da Bloomberg Intelligence. “Qualquer empresa que iria à falência com o petróleo a US$ 30 continuaria falindo com o petróleo a US$ 45. É preciso que o petróleo se mantenha na faixa de US$ 60 a US$ 65 para que haja uma verdadeira recuperação da rentabilidade nesse setor”.
Três casos de falência nesta semana evidenciam que o barril de petróleo a US$ 45 não é suficiente para resgatar as empresas do setor de energia que estão à beira do colapso.
Desde o começo de 2015, 130 empresas norte-americanas de produção e serviços do setor de petróleo e gás pediram recuperação judicial com uma dívida de quase US$ 44 bilhões, de acordo com o escritório de advocacia Haynes & Boone.
O cálculo não inclui a Chaparral Energy, a Penn Virginia e a Linn Energy, que pediram a recuperação judicial nesta semana com uma dívida combinada de mais de US$ 11 bilhões.
Pelo menos quatro outras empresas de petróleo e gás com uma dívida de mais de US$ 8 bilhões estão se aproximando do calote, inclusive a Breitburn Energy Partners e a SandRidge Energy. Os casos de falência aceleraram porque, para as empresas famintas por dinheiro, foi quase impossível arrecadar capital. As empresas do setor de energia foram praticamente excluídas dos mercados de notas com yield alto, os bancos estão cortando as linhas de crédito e as vendas de ativos desaceleraram.
“Não acho que o modelo de exploração e produção na América do Norte seja econômico e não acho que tenha sido de fato econômico mesmo quando o petróleo custava US$ 80 ou US$ 100”, disse Jim Chanos, fundador e presidente da Kynikos Associates, em entrevista à Bloomberg TV na quinta-feira. “Certamente, esse modelo não é econômico com o barril a US$ 45”.
Dívidas paralisantes
Diversas outras empresas estão tendo dificuldades para sustentar as dívidas paralisantes. A SandRidge Energy, que deve US$ 4,13 bilhões, disse em seu relatório financeiro anual que os auditores colocaram em dúvida sua capacidade de permanecer em atividade. A empresa adiou a publicação de seus resultados relativos ao primeiro trimestre citando negociações atuais com credores sobre “uma possível transação abrangente de reestruturação”. A Breitburn, que tem uma dívida de US$ 3 bilhões, não realizou os pagamentos em abril e está negociando com credores.
A W&T Offshore deve quase US$ 1,5 bilhão e tem um saldo negativo em sua linha de crédito, que foi reduzida de US$ 350 milhões em março para US$ 150 milhões. A empresa disse que pagará a totalidade do empréstimo em três parcelas mensais. A Connacher Oil and Gas disse aos credores que está fazendo os preparativos do pedido de recuperação judicial e continua buscando um meio de evitar o calote, de acordo com duas fontes a par do assunto.
Lisa Elliott, porta-voz externa da W&T, preferiu não comentar se a empresa está se aproximando do calote. David Kimmel, porta-voz da SandRidge, não deu retorno imediato às mensagens enviadas por telefone e e-mail em busca de comentários. Mensagens de voz deixadas com os departamentos de relações com investidores da Breitburn e Connacher não foram respondidas imediatamente.
“Em resumo, o barril a US$ 45 não salva ninguém”, disse Spencer Cutter, analista de crédito da Bloomberg Intelligence. “Qualquer empresa que iria à falência com o petróleo a US$ 30 continuaria falindo com o petróleo a US$ 45. É preciso que o petróleo se mantenha na faixa de US$ 60 a US$ 65 para que haja uma verdadeira recuperação da rentabilidade nesse setor”.