Exame Logo

Pesquisa da Abrasca revela clima pessimista entre empresários

Os empresários brasileiros consideram que a economia do país está estagnada e não acreditam que ela se recupere ainda este ano. Essa percepção foi identificada por uma pesquisa feita pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) sobre as expectativas das empresas para o segundo semestre. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (10/7) ouviu 47 empresas de […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h24.

Os empresários brasileiros consideram que a economia do país está estagnada e não acreditam que ela se recupere ainda este ano. Essa percepção foi identificada por uma pesquisa feita pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) sobre as expectativas das empresas para o segundo semestre. O levantamento, divulgado nesta quinta-feira (10/7) ouviu 47 empresas de todos os setores da indústria, do comércio e de serviços entre as 197 companhias associadas, que somam 75% do valor das ações negociadas em bolsa no país. Não existe otimismo em nenhum setor , afirma Alfried Plöguer, presidente da Abrasca. Vivemos o início de uma recessão e estamos sendo realistas.

Ele evita usar a palavra pessimismo, mas os resultados da pesquisa mostram que é esse o atual sentimento do empresariado. Um sinal disso é que, ao contrário da consulta feita no começo do ano, já há quem espere uma queda na demanda em seu setor: essa é a previsão de 28% dos entrevistados. Os outros 72% estão igualmente divididos entre a expectativa de alta e de manutenção da demanda. O PIB deverá crescer neste semestre segundo 64% dos empresários. Com o atual desaquecimento da economia, é natural uma alta do PIB , diz Plöguer. A expectativa é de que o índice feche 2003 com crescimento de apenas 1,5%.

Veja também

Outro indicador de pessimismo é que 75% dos entrevistados dizem que o volume de investimentos em sua empresa permanecerá igual. Isso é grave, pois os investimentos no primeiro semestre já foram bem baixos , diz Plöger. Também não se acredita em crescimento do nível de emprego: 81% dos empresários crêem que ele ficará estável em seu setor e 44% pensam que isso deve acontecer em todo o país. O presidente da Abrasca alerta que a visão dos executivos para seu setor é mais significativa, pois eles têm maior sensibilidade para fazer essa análise.

Embora mais da metade dos empresários (53% deles) acredite que haverá queda no índice de inflação, 60% esperam que os preços em seu setor não oscilem. No plano macroeconômico, 75% dos entrevistados acreditam em queda dos juros, metade deles não espera variações na balança comercial e a maioria (64%) aguarda uma manutenção da cotação do dólar na faixa dos 3 reais. A projeção é de que o dólar varie entre 2,90 e 3,30 reais , diz Plöguer. Isso causaria conforto para exportadores e não teria um impacto ruim na dívida pública.

Na opinião de Plöguer, que é também presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) em São Paulo, a política econômica do governo Lula é boa do ponto de vista macroeconômico, mas dura para a classe empresarial. O país está ansioso para que a economia volte a melhorar, mas tudo leva tempo , diz Plöguer. Ele é um crítico contundente da proposta de reforma tributária em debate no Congresso. Ela é um desastre. Mantém as cascatas e parece reduzir a questão à discussão do ICMS , diz. O resultado deverá ser a elevação da carga tributária. Com bom humor, ele diz que não quer ficar esperando por um crescimento sustentável do país. Eu quero bolha já , disse Plöguer. O importante é voltar a crescer.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame