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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h35.
Desde o final do corralito, quando os depósitos ficaram retidos nos bancos argentinos, a moeda local já se valorizou 19% frente à moeda americana. No dia 24 último, a cotação do dólar fechou abaixo de 3 pesos pela primeira vez desde 30 de abril de 2002. Nesta quarta-feira, a moeda americana está cotada em 2,88 para a compra e 2,93 para a venda.
Segundo a consultoria Global Invest, a Bolsa de Buenos Aires já subiu 33% nos últimos 12 meses, a segunda maior alta do mundo. No mesmo período a Bovespa caiu 18%. A taxa de inflação do país já se acomodou em patamares mensais inferiores a 1%, enterrando definitivamente o temor de hiperinflação, a despeito da enorme diferença entre a inflação acumulada no atacado e no varejo. "Essa conjuntura permitiu a queda da taxa de juros para 6% ao ano", avalia a consultoria. Apesar dos indicadores objetivos indicarem melhora, o país continua inadimplente com seus credores e não consegue fechar um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Atualmente, o risco país está 6219 pontos, muito acima da taxa de cerca de 1.000 pontos em que o Brasil está situado.
Do lado fiscal, após anos de déficit crônico, no 1º trimestre as contas públicas fecharam com superávit de 1,25% do PIB. E, quatro meses após o fim do "corralito", o governo já planeja o fim do "corralón".
O ministro da Economia, Roberto Lavagna, declarou que a economia do país vai crescer mais de 4% em 2003, com inflação anual inferior a 14%.
A melhora econômica reflete-se na disputa pela Casa Rosada, onde o candidato governista Néstor Kirchner está na frente das pesquisas para as eleições presidenciais no próximo dia 27 de abril. Kirchner tem 17,2% dos votos contra 15,7% do ex-presidente Carlos Menem.