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Pelos critérios do FMI a dívida pública ultrapassa 80%, diz Mansueto

O secretário do Tesouro Nacional defendeu as reformas, entre elas a da Previdência, para tornar a trajetória da dívida brasileira mais saudável

Mansueto falou sobre a aprovação de crédito suplementar para bancar despesas correntes com emissão de dívida (Anderson Rodrigues/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de janeiro de 2019 às 16h18.

Brasília - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, alertou que o nível de endividamento do Brasil é elevado na comparação com outros países emergentes e que, pela metodologia do Fundo Monetário Internacional-FMI (que contabiliza os títulos na carteira do Banco Central), a dívida pública já passa de 80% do PIB. Ele ressaltou a necessidade de aprovar reformas estruturantes, entre elas a da Previdência, para tornar a trajetória da dívida brasileira mais saudável.

Segundo Mansueto, o prazo médio da dívida brasileira (de 4,1 anos) ainda é muito baixo. "À medida que se consolide o ajuste fiscal, o prazo médio da dívida tende a aumentar", afirmou. "Quando tem trajetória de endividamento saudável, as pessoas confiam mais na compra de títulos de longo prazo. Tem países que emitem títulos de 10 anos, 30 anos, com juro real negativo, não é o caso do Brasil", observou.

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O secretário ainda chamou atenção para a necessidade líquida de financiamento do País neste ano, estimada em R$ 779,7 bilhões, mas informou que não significa que necessariamente o governo terá que emitir esse valor em dívida "O governo tem um caixa e pode sacar desse caixa. Isso pode ser emissão de títulos ou também emissão menor e uso de parte do caixa que a União tem para fazer frente a isso", afirmou.

Mansueto lembrou ainda que há a necessidade de aprovar um crédito suplementar de R$ 258,2 bilhões para bancar despesas correntes com emissão de dívida - o que é vedado pela chamada "regra de ouro" do Orçamento. O secretário afirmou que esse crédito precisa ser aprovado ainda no primeiro semestre e demonstrou otimismo. "Esse crédito suplementar terá que ser aprovado no primeiro semestre. Se não for aprovado, teremos despesa que não vai ser paga. Mas é despesa obrigatória", afirmou. Segundo ele, o crédito é necessário para bancar despesas que estão programadas para a partir de junho.

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