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Parlamento alemão aprova negociações de resgate à Grécia

A Câmara Baixa do Parlamento alemão, o Bundestag, cujo apoio era essencial para o início das negociações, aprovou a realização das conversas com Atenas

Parlamento alemão: há um sentimento de desconfiança popular profundo na Alemanha, o país da zona do euro que mais contribuiu com os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010 (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2015 às 20h12.

Berlim - Parlamentares da Alemanha aprovaram nesta sexta-feira o início das negociações da zona do euro sobre um terceiro pacote de resgate à Grécia, mas um alerta da chanceler alemã, Angela Merkel, de que a alternativa seria um caos não evitou uma forte rebelião dentro do seu próprio partido.

A Câmara Baixa do Parlamento alemão, o Bundestag, cujo apoio era essencial para o início das negociações, aprovou a realização das conversas com Atenas com 439 votos a favor e 119 contra, mas quase um quinto dos conservadores, da coalizão de Merkel, votou "não".

Há um sentimento de desconfiança popular profundo na Alemanha, o país da zona do euro que mais contribuiu com os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010, sobre destinar ainda mais ajuda para Atenas.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, havia sugerido que talvez a melhor opção seria uma saída temporária da Grécia da zona do euro para resolver os problemas da economia, apesar de a oferta dos credores a Atenas incluir medidas de mais austeridade e reformas econômicas exigidas por Berlim.

No entanto, Merkel argumentou a favor da negociação de um novo acordo para evitar que a Grécia saia do euro, o chamado "Grexit", que poderia prejudicar toda a união monetária, e disse que nem a Grécia nem os outros 18 países da zona do euro estavam dispostos a aceitar a suspensão.

"A alternativa a esse acordo não seria uma saída temporária da zona do euro... mas, sim, um previsível caos", disse Merkel ao Bundestag. "Seríamos grosseiramente negligentes, e agiríamos de forma irresponsável, se nós ao menos não tentarmos esse caminho", disse.

Última tentativa

Schaeuble alinhou-se à sua chefe e pediu aos parlamentares que votassem pelo início das conversas, acrescentando: "É a última tentativa de cumprir essa tarefa extremamente difícil."

Apesar de um empréstimo-ponte ter sido colocado em prática na quinta-feira para a ajudar a Grécia a cumprir um pagamento ao Banco Central Europeu (BCE) em 20 de julho, o tempo é curto para acertar as ações necessárias de Atenas que permitam que o próximo resgate esteja pronto antes de um outro pagamento em meados de agosto.

O Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate da zona do euro, prontamente decidiu na sexta-feira abrir formalmente as negociações sobre um terceiro programa de resgate, que pode chegar a 86 bilhões de euros ao longo de três anos.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse esperar que as negociações durem quatro semanas.

"Não vai ser fácil. Nós certamente vamos ter problemas nos próximos anos. Mas eu acredito que seremos capazes de resolvê-los", disse em comunicado.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi forçado a aceitar a adoção de medidas de austeridade que ela havia prometido se opor quando foi eleito, em janeiro, para manter a Grécia na zona do euro.

Após assegurar a aprovação parlamentar com o apoio da oposição na quinta-feira para reduzir pensões, aumentar impostos e vender ativos estatais, Tsipras demitiu os ministros de seu partido que se recusaram a apoiá-lo.

O ministro de Energia, Panagiotis Lafazani, e dois vice-ministros foram retirados de seus cargos, mas as principais pastas econômicas ficaram inalteradas, com Euclid Tsakalotos permanecendo ministro das Finanças e George Stathakis, ministro da Economia.

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Berlim - Parlamentares da Alemanha aprovaram nesta sexta-feira o início das negociações da zona do euro sobre um terceiro pacote de resgate à Grécia, mas um alerta da chanceler alemã, Angela Merkel, de que a alternativa seria um caos não evitou uma forte rebelião dentro do seu próprio partido.

A Câmara Baixa do Parlamento alemão, o Bundestag, cujo apoio era essencial para o início das negociações, aprovou a realização das conversas com Atenas com 439 votos a favor e 119 contra, mas quase um quinto dos conservadores, da coalizão de Merkel, votou "não".

Há um sentimento de desconfiança popular profundo na Alemanha, o país da zona do euro que mais contribuiu com os dois resgates anteriores da Grécia desde 2010, sobre destinar ainda mais ajuda para Atenas.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, havia sugerido que talvez a melhor opção seria uma saída temporária da Grécia da zona do euro para resolver os problemas da economia, apesar de a oferta dos credores a Atenas incluir medidas de mais austeridade e reformas econômicas exigidas por Berlim.

No entanto, Merkel argumentou a favor da negociação de um novo acordo para evitar que a Grécia saia do euro, o chamado "Grexit", que poderia prejudicar toda a união monetária, e disse que nem a Grécia nem os outros 18 países da zona do euro estavam dispostos a aceitar a suspensão.

"A alternativa a esse acordo não seria uma saída temporária da zona do euro... mas, sim, um previsível caos", disse Merkel ao Bundestag. "Seríamos grosseiramente negligentes, e agiríamos de forma irresponsável, se nós ao menos não tentarmos esse caminho", disse.

Última tentativa

Schaeuble alinhou-se à sua chefe e pediu aos parlamentares que votassem pelo início das conversas, acrescentando: "É a última tentativa de cumprir essa tarefa extremamente difícil."

Apesar de um empréstimo-ponte ter sido colocado em prática na quinta-feira para a ajudar a Grécia a cumprir um pagamento ao Banco Central Europeu (BCE) em 20 de julho, o tempo é curto para acertar as ações necessárias de Atenas que permitam que o próximo resgate esteja pronto antes de um outro pagamento em meados de agosto.

O Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate da zona do euro, prontamente decidiu na sexta-feira abrir formalmente as negociações sobre um terceiro programa de resgate, que pode chegar a 86 bilhões de euros ao longo de três anos.

O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, disse esperar que as negociações durem quatro semanas.

"Não vai ser fácil. Nós certamente vamos ter problemas nos próximos anos. Mas eu acredito que seremos capazes de resolvê-los", disse em comunicado.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, foi forçado a aceitar a adoção de medidas de austeridade que ela havia prometido se opor quando foi eleito, em janeiro, para manter a Grécia na zona do euro.

Após assegurar a aprovação parlamentar com o apoio da oposição na quinta-feira para reduzir pensões, aumentar impostos e vender ativos estatais, Tsipras demitiu os ministros de seu partido que se recusaram a apoiá-lo.

O ministro de Energia, Panagiotis Lafazani, e dois vice-ministros foram retirados de seus cargos, mas as principais pastas econômicas ficaram inalteradas, com Euclid Tsakalotos permanecendo ministro das Finanças e George Stathakis, ministro da Economia.

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