Paraguai cresce mesmo fora do Mercosul
A economia paraguaia cresceu entre 11% e 13% este ano
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Buenos Aires – A economia paraguaia crescera entre 11% e 13% este ano, apesar de o país ter sido suspenso do Mercado Comum do Sul (Mercosul) há dez meses. Trata-se de um recorde, num país cujo Produto Interno Bruto (PIB) vem aumentando em média 4% ao ano, nos últimos nove anos, comparável apenas ao crescimento de 13% registrado em 2010.
“O problema da economia paraguaia é a volatilidade: o desempenho dela depende da agricultura e do clima, que é instável”, explicou, em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep). Os altos índices de crescimento, registrados em 2010 e este ano, refletem a recuperação do setor agrícola depois de duas secas.
Segundo Masi, o desafio do novo governo, que será eleito no próximo dia 21 de abril, será diversificar a economia e garantir um crescimento de 6% ao ano, sem tantos altos e baixos.
“Todos os candidatos sabem que, para desenvolver outros setores da economia, é importante fazer parte dos blocos regionais, como o Mercosul – mesmo que o processo de integração, neste momento, passe por uma fase de estancamento”, disse Masi.
“Por isso, ninguém está colocando em dúvida a reincorporação do Paraguai, tanto ao Mercosul quanto à União de Nações Sul-Americanas, a Unasul (união de 12 países sulamericanos)”.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul após o impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo, em junho passado. Brasil, Argentina e Uruguai questionaram a forma e a legitimidade do processo político: a destituição de Lugo foi decidida em 48h e ele teve apenas 2h para se defender diante de um Congresso dominado pela oposição.
Sem voz nem voto, os legisladores paraguaios não puderam se opôr à inclusão da Venezuela no bloco, como vinham fazendo até então.
A adesão da Venezuela como membro pleno do Mercosul, ainda não foi aprovada pelo Congresso paraguaio, que sofrerá uma renovação completa nestas eleições. Os 45 senadores e 80 deputados federais a serem eleitos no próximo domingo (21), tomarão posse no dia 1° de julho (quarenta e cinco dias antes que o presidente eleito).
A suspensão do Paraguai não afetou seu comércio com o Brasil. “Em 2012, as exportações cresceram 38% em relação ao ano anterior e o mercado brasileiro se abriu para novos produtos, como autopeças”, disse Masi.
O país também continua recebendo investimentos estrangeiros no setor agrícola (Estados Unidos e Brasil investiram na produção de soja) e no desenvolvimento de uma nova atividade: a mineração de ouro, urânio e titânio.
“Mas falta industrializar o país e, para tanto, é importante investir em obras de infraestrutura, como a linha de transmissão elétrica financiada pelo Brasil”, disse Masi. Sócio do Brasil na hidrelétrica de Itaipu, o Paraguai consome apenas 20% da energia a que tem direito. O restante acabava vendendo ao Brasil.
“O que está em discussão não é por quanto vamos vender a energia ao Brasil, mas quando vamos começar a usá-la em produção local”, disse Masi. “Precisamos de indústrias para criar empregos e reduzir a pobreza, que afeta 30% da população”, concluiu.
Buenos Aires – A economia paraguaia crescera entre 11% e 13% este ano, apesar de o país ter sido suspenso do Mercado Comum do Sul (Mercosul) há dez meses. Trata-se de um recorde, num país cujo Produto Interno Bruto (PIB) vem aumentando em média 4% ao ano, nos últimos nove anos, comparável apenas ao crescimento de 13% registrado em 2010.
“O problema da economia paraguaia é a volatilidade: o desempenho dela depende da agricultura e do clima, que é instável”, explicou, em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Centro de Análise e Difusão da Economia Paraguaia (Cadep). Os altos índices de crescimento, registrados em 2010 e este ano, refletem a recuperação do setor agrícola depois de duas secas.
Segundo Masi, o desafio do novo governo, que será eleito no próximo dia 21 de abril, será diversificar a economia e garantir um crescimento de 6% ao ano, sem tantos altos e baixos.
“Todos os candidatos sabem que, para desenvolver outros setores da economia, é importante fazer parte dos blocos regionais, como o Mercosul – mesmo que o processo de integração, neste momento, passe por uma fase de estancamento”, disse Masi.
“Por isso, ninguém está colocando em dúvida a reincorporação do Paraguai, tanto ao Mercosul quanto à União de Nações Sul-Americanas, a Unasul (união de 12 países sulamericanos)”.
O Paraguai foi suspenso do Mercosul após o impeachment relâmpago do então presidente Fernando Lugo, em junho passado. Brasil, Argentina e Uruguai questionaram a forma e a legitimidade do processo político: a destituição de Lugo foi decidida em 48h e ele teve apenas 2h para se defender diante de um Congresso dominado pela oposição.
Sem voz nem voto, os legisladores paraguaios não puderam se opôr à inclusão da Venezuela no bloco, como vinham fazendo até então.
A adesão da Venezuela como membro pleno do Mercosul, ainda não foi aprovada pelo Congresso paraguaio, que sofrerá uma renovação completa nestas eleições. Os 45 senadores e 80 deputados federais a serem eleitos no próximo domingo (21), tomarão posse no dia 1° de julho (quarenta e cinco dias antes que o presidente eleito).
A suspensão do Paraguai não afetou seu comércio com o Brasil. “Em 2012, as exportações cresceram 38% em relação ao ano anterior e o mercado brasileiro se abriu para novos produtos, como autopeças”, disse Masi.
O país também continua recebendo investimentos estrangeiros no setor agrícola (Estados Unidos e Brasil investiram na produção de soja) e no desenvolvimento de uma nova atividade: a mineração de ouro, urânio e titânio.
“Mas falta industrializar o país e, para tanto, é importante investir em obras de infraestrutura, como a linha de transmissão elétrica financiada pelo Brasil”, disse Masi. Sócio do Brasil na hidrelétrica de Itaipu, o Paraguai consome apenas 20% da energia a que tem direito. O restante acabava vendendo ao Brasil.
“O que está em discussão não é por quanto vamos vender a energia ao Brasil, mas quando vamos começar a usá-la em produção local”, disse Masi. “Precisamos de indústrias para criar empregos e reduzir a pobreza, que afeta 30% da população”, concluiu.