Fachada do Fed: a probabilidade de que a alta dos preços esteja abaixo de 1% é de cerca de 30% (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2014 às 16h40.
San Francisco - É duplamente mais provável que o Federal Reserve, banco central norte-americano, enfrente inflação baixa do que inflação alta daqui a dois anos, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira pelo Fed de San Francisco.
O estudo, assinado pelo economista sênior do Fed de San Francisco Vasco Cúrdia, sugere que a política monetária persistentemente expansionista não deve provocar a inflação acelerada temida por algumas autoridades.
Ao fim de 2016, mostrou a pesquisa, a chance de que a inflação esteja acima de 3 por cento é de 16 por cento ou menos.
Já a probabilidade de que a alta dos preços esteja abaixo de 1 por cento é de cerca de 30 por cento.
Historicamente, a probabilidade de inflação alta no futuro tem superado a chance de inflação baixa. Mas desde a crise financeira de 2008 e os pesados esforços do Fed para estimular a economia, a situação se inverteu.
"A política monetária parece estar longe de causar inflação excessiva sob as atuais circunstâncias", escreveu Cúrdia.
Embora a inflação tenha acelerado no primeiro semestre de 2014, já diminuiu o ritmo para cerca de 0,5 ponto percentual abaixo da meta de 2 por cento do Fed. "Não devemos ver a inflação começar a se recuperar de forma mais firme até o fim de 2015", disse Cúrdia.
O estudo pode fortalecer a tese de alguns integrantes do Fed, incluindo o presidente do Fed de San Francisco, John Williams, de que o banco central pode continuar paciente antes de elevar os juros, mesmo com o desemprego recuando mais rapidamente do que o esperado.
O Fed tem mantido os juros perto de zero desde dezembro de 2008.