Para BNDES, nacionalização eleva financiamento de telefonia
Para executivo do banco, exigência de maior nacionalização de equipamentos aumentará o potencial de financiamentos
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 13h27.
Rio de Janeiro - A exigência de maior nacionalização de equipamentos aumentará o potencial de financiamentos do BNDES para a telefonia móvel, segundo um executivo do banco de fomento, ainda que isso possa ser mais sentido apenas a partir de 2014.
"O investimento em telefonia celular conta com menos equipamento nacional do que na rede fixa. Isso está para mudar", disse à Reuters o chefe do Departamento de Indústria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Alan Fischler.
"Vai aumentar a oferta de produtos nacionais e, portanto, aumenta a base de equipamentos financiáveis para nós", afirmou Fischler.
A maior exigência de equipamentos nacionais faz parte das obrigações do edital de licitação da telefonia móvel de quarta-geração (4G). Diante disso, grandes fornecedoras de equipamentos como estações rádio-base --um dos principais para telefonia móvel-- têm se voltado à produção no país, como fizeram recentemente Nokia Siemens e Huawei, com novas linhas de produção, e a Ericsson, com ampliação de capacidade.
A ZTE informou também ter interesse em produzir equipamentos para telefonia móvel no país.
O banco tem financiado de 25 a 30 por cento dos planos de investimentos trienais das operadoras, segundo Fischler, e os recursos são dirigidos principalmente para a compra de equipamentos nacionais.
Mas isso não deve significar necessariamente um aumento imediato do volume de financiamentos do BNDES para o setor.
"Em 2013 talvez não apareça muito, mas em 2014 a tendência é que o investimento (das empresas) aumente em relação ao que estava previsto, por conta da desoneração", afirmou Fischler.
O Ministério das Comunicações assinou em 12 de março uma portaria para regulamentar um novo regime de tributação para construção de redes, com validade até o fim de 2016, que pretende antecipar de 16 bilhões a 18 bilhões de reais em investimentos em redes no país.
"A gente não consegue dimensionar ainda, mas sabemos que deve aumentar... as empresas provavelmente vão adiantar investimentos para aproveitar esse pacote", disse o executivo.
Para este ano, o banco prevê desembolsos de cerca de 4 bilhões de reais para o setor, disse Fischler, após ter liberado 4,4 bilhões em 2012. Desde o ano 2000, o banco liberou quase 31 bilhões de reais para telecomunicações, média anual de cerca de 2,4 bilhões, segundo a assessoria de imprensa do BNDES.
Segundo ele, no entanto, com maior acesso para financiamento desses equipamentos, as operadoras teriam mais espaço para alocar recursos em outros segmentos --como em fibra ótica, considerado um dos gastos mais pesados das operadoras.
Esse movimento acontece num momento em que as operadoras procuram se adequar ao calendário do governo que prevê melhora da qualidade e ampliação das redes e grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.
Rio de Janeiro - A exigência de maior nacionalização de equipamentos aumentará o potencial de financiamentos do BNDES para a telefonia móvel, segundo um executivo do banco de fomento, ainda que isso possa ser mais sentido apenas a partir de 2014.
"O investimento em telefonia celular conta com menos equipamento nacional do que na rede fixa. Isso está para mudar", disse à Reuters o chefe do Departamento de Indústria de Tecnologia da Informação e Comunicação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Alan Fischler.
"Vai aumentar a oferta de produtos nacionais e, portanto, aumenta a base de equipamentos financiáveis para nós", afirmou Fischler.
A maior exigência de equipamentos nacionais faz parte das obrigações do edital de licitação da telefonia móvel de quarta-geração (4G). Diante disso, grandes fornecedoras de equipamentos como estações rádio-base --um dos principais para telefonia móvel-- têm se voltado à produção no país, como fizeram recentemente Nokia Siemens e Huawei, com novas linhas de produção, e a Ericsson, com ampliação de capacidade.
A ZTE informou também ter interesse em produzir equipamentos para telefonia móvel no país.
O banco tem financiado de 25 a 30 por cento dos planos de investimentos trienais das operadoras, segundo Fischler, e os recursos são dirigidos principalmente para a compra de equipamentos nacionais.
Mas isso não deve significar necessariamente um aumento imediato do volume de financiamentos do BNDES para o setor.
"Em 2013 talvez não apareça muito, mas em 2014 a tendência é que o investimento (das empresas) aumente em relação ao que estava previsto, por conta da desoneração", afirmou Fischler.
O Ministério das Comunicações assinou em 12 de março uma portaria para regulamentar um novo regime de tributação para construção de redes, com validade até o fim de 2016, que pretende antecipar de 16 bilhões a 18 bilhões de reais em investimentos em redes no país.
"A gente não consegue dimensionar ainda, mas sabemos que deve aumentar... as empresas provavelmente vão adiantar investimentos para aproveitar esse pacote", disse o executivo.
Para este ano, o banco prevê desembolsos de cerca de 4 bilhões de reais para o setor, disse Fischler, após ter liberado 4,4 bilhões em 2012. Desde o ano 2000, o banco liberou quase 31 bilhões de reais para telecomunicações, média anual de cerca de 2,4 bilhões, segundo a assessoria de imprensa do BNDES.
Segundo ele, no entanto, com maior acesso para financiamento desses equipamentos, as operadoras teriam mais espaço para alocar recursos em outros segmentos --como em fibra ótica, considerado um dos gastos mais pesados das operadoras.
Esse movimento acontece num momento em que as operadoras procuram se adequar ao calendário do governo que prevê melhora da qualidade e ampliação das redes e grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas.