Economia

Países ricos estão mais pessimistas do que os pobres, revela pesquisa

Moradores da América do Norte e da Europa apostam que a prosperidade do mundo diminuirá, a longo prazo, enquanto os africanos mostram-se campeões de otimismo

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

O pessimismo quanto ao futuro da economia global, freqüente nos discursos recentes de analistas como oex-presidente do Banco Central americano Alan Greenspan, começa a mostrar-se presente também na percepção dos cidadãos comuns ao redor do mundo, pelo menos quanto às perspectivas de longo prazo.

É o que revela o relatório Voice of the People, produzido a partir de levantamento da Gallup International Association com mais de 61 mil pessoas, em 60 países. Realizada nos três últimos meses de 2007, a pedido da organização do Fórum Econômico Mundial, a pesquisa também aponta as regiões desenvolvidas do mundo como as mais pessimistas, em oposição ao otimismo dos países pobres.

Questionados se as próximas gerações viverão num mundo mais ou menos próspero do que o atual, 36% dos entrevistados, na média global, responderam que a situação tende a piorar, ante 33% que acreditam em melhores condições de prosperidade e 22% para os quais o cenário continuará igual.

Os números revelam uma queda acentuada do otimismo quanto ao futuro da economia. Nos dois anos anteriores, a fatia de otimistas no mundo mostrou-se maior do que a de pessimistas e chegou a 43%, em 2005, e 40%, em 2006. Na comparação com o dado mais recente, a queda no número de pessoas que acreditam em condições mais prósperas para as próximas gerações foi de 17,5%.

A predominância de pessimistas se acentua nos países da Europa Ocidental, composta em sua maioria pelos países da zona do euro, como Alemanha e França. Somente 19% dos moradores deste trecho do globo acreditam em aumento da prosperidade no futuro, enquanto 54% apostam em redução. No país campeão de pessimismo quanto ao tema, a Grécia, o índice dos que crêem em piora do cenário chega a 72%.

Na América do Norte, outra das regiões mais ricas do globo, os pessimistas representam uma fatia de 42%, bem acima dos 27% de otimistas. O resultado contrasta com a opinião dos africanos. Entre as cinco nações do continente incluídas no estudo, a média de entrevistados que acreditam num futuro mais próspero foi de 71%, enquanto somente 10% vêem perspectivas piores.

A América Latina, região da qual o Brasil faz parte, ficou numa posição intermediária, com 31% dos entrevistados otimistas e 35% pessimistas. Nos extremos do continente estão a Venezuela, onde 51% dos entrevistados disseram acreditar em mais prosperidade, e, no lado oposto, o Panamá, país no qual 47% prevêem menos prosperidade para as próximas gerações. O Brasil não foi incluído na pesquisa.

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