Os incentivos governamentais a agricultores nos países membros da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) somaram 225 bilhões de euros (cerca de 284 bilhões de dólares) em 2005, o que representa 29% das receitas obtidas com agricultura. A proporção apurada foi a mesma do ano anterior, e levemente menor do que a registrada em 2003, de 30%.

Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (21/6) e constam de um estudo da OCDE. A pesquisa mostra que 59% do apoio governamental à agricultura efetivado em 2005 teve como objetivo aumentar os preços de produtos, por meio de tarifas de importação, subsídios à exportação e subsídios aos produtos locais.

Em alguns países, a porcentagem que a ajuda governamental representa diante da receita agrícola fica bem acima da média do grupo da OCDE. Suíça e Noruega, por exemplo, apresentam um índice de, respectivamente, 68% e 64%. Já países como a Austrália, com uma parcela de apenas 5%, contribuíram para diminuir a média geral da OCDE.

O estudo classifica ainda como errada a noção de que o suporte governamental à agricultura é fundamental para garantir a qualidade do meio ambiente e a prosperidade em áreas rurais, já que a maior parte dos recursos acabam nas mãos daqueles que não deveriam receber o benefício, como grandes fazendeiros ou proprietários de terra afastados do cultivo. "Se os governos estabelecessem relações melhores entre o apoio e o que eles estão tentando alcançar - por exemplo, sustentabilidade governamental ou melhores condições em comunidades rurais - eles aprimorarão a performance das políticas domésticas e evitarão impactos negativos nos mercados mundiais".