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País precisa caminhar para soluções sem demora, diz Awazu

Awazu deixa a diretoria de Política Econômica no fim deste mês para assumir a vice-presidência do Banco Internacional de Compensações

Luiz Awazu Pereira: "quero aproveitar esta oportunidade para transmitir uma mensagem de projeção de esperança condicionada", disse (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2015 às 15h40.

São Paulo - O atual diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, disse nesta sexta-feira, 25, em discurso em evento em sua homenagem organizado pela Câmara de Comércio França-Brasil que a economia vive "momentos complexos de volatilidade com alternância de dias bons e ruins".

Awazu, que deixa a diretoria de Política Econômica no fim deste mês para assumir a vice-presidência do Banco Internacional de Compensações (BIS, na sigla em inglês), fez questão de deixar claro que não falava como diretor do BC, porque tudo o que tinha para dizer foi falado ontem, por ocasião da publicação do Relatório de Inflação e pelo fato de estar deixando o BC.

"Por isso, quero aproveitar esta oportunidade para transmitir uma mensagem de projeção de esperança condicionada", disse, acrescentando que a boa notícia é que é possível, através de ações consistentes e determinadas, mostrar que "pessimismos excessivos não se justificam", afirmou.

Awazu lembrou que a resposta à crise global nos países avançados criou o que ele chamaria de "complacência global". "Taxa de juros zero, com prolongado e voluntário achatamento da curva no longo prazo.

Chamamento pelo FMI e pelo G20 para gastar e consumir mais. Isso vinha das instituições e dos países que sempre nos davam lição de austeridade."

"E era tentador deixar-se contaminar pela euforia sobre o Brasil, que, lembremo-nos, estava por toda parte, jornais, TV, etc. Se todos estão pedindo gasto, propondo crédito a taxa zero, então, por que não acreditar que finalmente tinha chegado a nossa grande oportunidade?", questionou o diretor do BC, acrescentando que para quem tem altas taxas de desconto era e foi mais do que suficiente.

"Assim como a China fez seu contracíclico reforçando o seu velho modelo de mais investimento, nós também reforçamos o que sabíamos fazer, consumo e crédito. A economia política de cada país cria hábitos poderosos. Assim como nós, a China também está de certa forma tendo agora os seus próprios problemas", afirmou.

Para Awazu, agora é preciso dar sequência ao ajuste macroeconômico que está em curso, para reduzir desequilíbrios externo, fiscal, colocar a inflação na meta e redefinir o perfil de gastos para dar à dívida uma dinâmica sustentável no médio e longo prazo.

"Ou seja, há um diagnóstico consensuado de que temos que endereçar claramente problemas fiscais conjunturais e estruturais. Precisamos começar por seu pleno reconhecimento e caminhar para o anúncio de soluções e reformas nos fóruns adequados, sem demoras", disse Awazu.

"Isso, em suma", afirmou o economista, "quer dizer que, como muitos países que optaram por ter um 'Welfare State', temos que lidar com o nosso contrato social, já que estamos envelhecendo e nossa capacidade de gerar mais recursos pela nossa produtividade total de fatores não é nenhum pouco suficiente para cobrir as obrigações legais do que decidimos redistribuir há algumas décadas."

Para Awazu, há que se redesenhar no Brasil o contrato social para que ele seja justo e equilibrado.

"Precisa de ajuste, sim, precisa de equilíbrio fiscal e isso não é nem de esquerda nem de direita, não é nem de situação nem de oposição, é simplesmente bom senso republicano. Fazer isso não é uma catástrofe, é natural, muitos países estão fazendo um ajuste desse tipo sem necessariamente jogar fora suas políticas sociais por conta de suas dificuldades macroeconômicas temporárias", disse o diretor do BC.

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São Paulo - O atual diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Luiz Awazu Pereira, disse nesta sexta-feira, 25, em discurso em evento em sua homenagem organizado pela Câmara de Comércio França-Brasil que a economia vive "momentos complexos de volatilidade com alternância de dias bons e ruins".

Awazu, que deixa a diretoria de Política Econômica no fim deste mês para assumir a vice-presidência do Banco Internacional de Compensações (BIS, na sigla em inglês), fez questão de deixar claro que não falava como diretor do BC, porque tudo o que tinha para dizer foi falado ontem, por ocasião da publicação do Relatório de Inflação e pelo fato de estar deixando o BC.

"Por isso, quero aproveitar esta oportunidade para transmitir uma mensagem de projeção de esperança condicionada", disse, acrescentando que a boa notícia é que é possível, através de ações consistentes e determinadas, mostrar que "pessimismos excessivos não se justificam", afirmou.

Awazu lembrou que a resposta à crise global nos países avançados criou o que ele chamaria de "complacência global". "Taxa de juros zero, com prolongado e voluntário achatamento da curva no longo prazo.

Chamamento pelo FMI e pelo G20 para gastar e consumir mais. Isso vinha das instituições e dos países que sempre nos davam lição de austeridade."

"E era tentador deixar-se contaminar pela euforia sobre o Brasil, que, lembremo-nos, estava por toda parte, jornais, TV, etc. Se todos estão pedindo gasto, propondo crédito a taxa zero, então, por que não acreditar que finalmente tinha chegado a nossa grande oportunidade?", questionou o diretor do BC, acrescentando que para quem tem altas taxas de desconto era e foi mais do que suficiente.

"Assim como a China fez seu contracíclico reforçando o seu velho modelo de mais investimento, nós também reforçamos o que sabíamos fazer, consumo e crédito. A economia política de cada país cria hábitos poderosos. Assim como nós, a China também está de certa forma tendo agora os seus próprios problemas", afirmou.

Para Awazu, agora é preciso dar sequência ao ajuste macroeconômico que está em curso, para reduzir desequilíbrios externo, fiscal, colocar a inflação na meta e redefinir o perfil de gastos para dar à dívida uma dinâmica sustentável no médio e longo prazo.

"Ou seja, há um diagnóstico consensuado de que temos que endereçar claramente problemas fiscais conjunturais e estruturais. Precisamos começar por seu pleno reconhecimento e caminhar para o anúncio de soluções e reformas nos fóruns adequados, sem demoras", disse Awazu.

"Isso, em suma", afirmou o economista, "quer dizer que, como muitos países que optaram por ter um 'Welfare State', temos que lidar com o nosso contrato social, já que estamos envelhecendo e nossa capacidade de gerar mais recursos pela nossa produtividade total de fatores não é nenhum pouco suficiente para cobrir as obrigações legais do que decidimos redistribuir há algumas décadas."

Para Awazu, há que se redesenhar no Brasil o contrato social para que ele seja justo e equilibrado.

"Precisa de ajuste, sim, precisa de equilíbrio fiscal e isso não é nem de esquerda nem de direita, não é nem de situação nem de oposição, é simplesmente bom senso republicano. Fazer isso não é uma catástrofe, é natural, muitos países estão fazendo um ajuste desse tipo sem necessariamente jogar fora suas políticas sociais por conta de suas dificuldades macroeconômicas temporárias", disse o diretor do BC.

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