O pagamento do 13^o salário, que começa a ser feito até o final deste mês, incluindo governo federal e Previdência, deve injetar 30,5 bilhões de reais na economia brasileira -equivalente a 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).

O valor médio estimado a ser pago a título de 13^o salário será de 639 reais. Entre as unidades da federação, Brasília é a que apresenta a maior média, 1.315 reais, seguida do estado de São Paulo, com 845 reais.

Segundo o estudo, 47.804.982 pessoas devem ser beneficiadas pelo pagamento do 13^o salário. Desses, 20.838.095 são beneficiários da Previdência Social como aposentados ou pensionistas , que correspondem a aproximadamente 44% do total de beneficiados. Outros 26.966.897 (ou 56% do total) são assalariados do mercado formal. Tanto o total de beneficiários do INSS quanto o de assalariados do mercado formal, neste ano, são superiores aos beneficiários de 2001, que correspondiam, então, respectivamente a 20.086.155 e 25.752.249 pessoas.

Para os 44% de beneficiários do INSS, o montante a ser pago soma R$ 7,1 bilhões, que representam cerca de 23% do total. Os assalariados com carteira que são 56% do conjunto beneficiado devem receber aproximadamente 77% do valor, ou seja, R$ 23,4 bilhões (tabela 1). A soma destes dois valores (R$ 30,5 bilhões) representa crescimento de 8,9% no montante dos recursos que ingressarão na economia. O maior crescimento relativo ocorreu entre os beneficiários do INSS.

Por regiões, 58,4% dos recursos referentes ao 13^o salário devem ser pagos no Sudeste; 16,3%, no Sul; 13,8%, no Nordeste; 7,9%, no Centro-Oeste e 3,6%, no Norte. A distribuição reflete a dimensão do mercado formal em cada uma das regiões. Na economia paulista devem ingressar em torno de 36% dos recursos do 13^o.

Metodologia

Para chegar a esse resultado, o Dieese utilizou os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para 2001 e as informações do Ministério da Previdência e Assistência Social. Assim, foram considerados, para efeito de cálculo, todos os beneficiários do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) aposentados e pensionistas em setembro de 2002, bem como o conjunto de assalariados no mercado formal de trabalho que estavam empregados em dezembro de 2001 incluindo os que têm carteira assinada nos setores público e privado e os servidores públicos estatutários das três esferas de governo (federal, estadual e municipal).

Com relação aos valores a serem recebidos, no caso dos beneficiários do INSS foi considerado o montante referente a setembro deste ano, enquanto para os assalariados, o rendimento foi atualizado pela variação média do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de novembro de 2001 a outubro (estimado) de 2002, comparado ao de novembro de 2000 a outubro de 2001.

Esta metodologia exclui do cálculo autônomos e assalariados sem carteira que, eventualmente, recebam algum tipo de abono de fim de ano, uma vez que informações deste tipo são difíceis de dimensionar. Além disso, muitas empresas adiantam a primeira parcela do 13^o salário no meio do ano ou nas férias dos empregados ou em qualquer outro tipo de ocasião que as negociações entre patrões e empregados definam. Com isso, os dados apresentados constituem uma estimativa do montante que entra na economia ao longo do ano, e não apenas nos dois últimos meses. Contudo, supõe-se que a maior parte, ou seja, mais de 70%, ingressa no final do ano.