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Otimismo se mantém e Bovespa marca 8º pregão de alta

São Paulo - O otimismo generalizado que tomou conta dos investidores neste início de 2010 tem encontrado nos indicadores econômicos das maiores economias mundiais - acima ou em linha com as expectativas - o gás necessário para as compras de ações. Por isso, apesar de ter iniciado o dia em queda, a Bolsa de Valores […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

São Paulo - O otimismo generalizado que tomou conta dos investidores neste início de 2010 tem encontrado nos indicadores econômicos das maiores economias mundiais - acima ou em linha com as expectativas - o gás necessário para as compras de ações. Por isso, apesar de ter iniciado o dia em queda, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) buscou espaço para seu oitavo pregão consecutivo de alta. Desde 22 de dezembro, o principal índice da bolsa brasileira só sobe e acumula um ganho de 4,9%. Nesta quarta-feira, o avanço do índice Bovespa foi de 0,70%, aos 70.729,34 pontos. Na máxima, o Ibovespa chegou perto dos 71 mil pontos (70.936,60), enquanto na mínima do dia ficou em 70.016,47 pontos. Mesmo o giro financeiro vem sendo considerado pujante para os primeiros dias de janeiro. Hoje, ficou em R$ 7,19 bilhões, acima dos R$ 7,12 bilhões de ontem.

Para Álvaro Bandeira, diretor da Ágora Corretora, tanto os indicadores norte-americanos como os europeus conhecidos hoje mostram sinais de recuperação das principais economias, o que contribui para o otimismo na Bovespa. Segundo ele, há até "uma certa prudência" diante do fato de que, após tantas altas, o mercado deve abrir uma brecha para realizar lucros. Não fosse isso, a alta seria ainda maior, acredita.

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O fato da Bovespa manter o sinal azul, mesmo quando as Bolsas norte-americanas caem, está ligado, para ele, ao fato de que "o Brasil está na rota dos investidores" e o cenário é favorável ao País, inclusive com boas perspectivas para os resultados corporativos do último trimestre de 2009.

Em relatório a clientes, a Itaú Corretora sugere, inclusive, que a Bolsa brasileira chegue aos 85 mil pontos antes do final deste ano, uma alta de 21% em relação ao patamar atual. "Sturm und drang" (tempestade e impulso) foi a metáfora escolhida pelos economistas da Itaú Corretora para descrever o momento da economia brasileira, que desponta como uma das mais atraentes ao investidor. Da mesma forma, a expressão que inspirou o movimento literário e musical da Alemanha nos anos 1760-1780 teve vida curta, e os economistas da corretora também enxergam essa possibilidade no que se refere ao País.

A Itaú Corretora espera o início do aperto monetário em março e ainda cita a proximidade das eleições, pressionando os gastos públicos, a e capitalização da Petrobras como fatores que tornam o cenário para o final do ano "incerto".

Nos Estados Unidos, a pesquisa sobre o emprego no setor privado, divulgado pela Automatic Data Processing/Macroeconomic Advisers (ADP/MA), mostrou corte de 84 mil vagas de emprego nesse segmento em dezembro, a menor queda desde março de 2008 e abaixo da previsão dos economistas de perda de 90 mil postos de trabalho. O dado é observado pelo mercado como antecedente do relatório oficial do governo dos EUA, que abrange também os números sobre o emprego no setor público e será anunciado na sexta-feira.

No mercado americano, hoje também foi conhecido o índice sobre a atividade do setor de serviços do Instituto para Gestão de Oferta (ISM), que avançou para 50,1 em dezembro, de 48,7 em novembro, mas ficou levemente abaixo da previsão dos economistas, que esperavam aumento do índice para 50,5. A leitura, acima de 50, indica expansão do setor.

A Petrobras, cujos papéis sofreram queda nos dois pregões anteriores, se beneficiou hoje do bom humor do mercado e da alta do petróleo. As ações preferenciais (PN) subiram 1,35%, para R$ 37,50, enquanto as ordinárias avançaram 0,99%, para R$ 41,81. A companhia confirmou hoje notícia já veiculada esta semana de que vai participar como cotista de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC) destinados exclusivamente para possibilitar o acesso de pequenos e médios fornecedores a recursos financeiros.

Segundo nota da estatal, o objetivo é estimular a participação desses fornecedores no desenvolvimento do setor de petróleo e gás brasileiro e no desenvolvimento do pré-sal, além de estimular a diminuição, no longo prazo, dos custos de produtos e serviços dessa indústria. A primeira série do fundo, que será administrado pelo banco HSBC, terá recursos no montante de R$ 100 milhões. O objetivo da Petrobras é que o fundo atinja, no curto prazo, o montante de R$ 1 bilhão de patrimônio líquido, em múltiplas séries de R$ 100 milhões. A empresa já aportou R$ 4 milhões no fundo, de um total de R$ 10 milhões a serem investidos nos próximos meses. Já o segundo fundo, administrado pelo banco Pactual, com previsão de lançamento para este mês, deve atingir patrimônio líquido de R$ 3 bilhões.

Já as ações da Vale continuam a se beneficiar da alta das commodities e das boas expectativas para o setor de mineração e siderurgia com a recuperação econômica global. Sem o peso da incerteza regulatória que atinge a Petrobras, a mineradora continua a subir mais que a estatal do petróleo. Os papéis PNA da empresa tiveram hoje alta de 1,97%, a R$ 45,00, enquanto as ações com direito a voto saltaram 2,12%, a R$ 53,07.

As principais bolsas europeias fecharam em alta modesta ao final de uma sessão volátil, que foi marcada pelas preocupações sobre os problemas da dívida da Grécia por um lado e, por outro, pelos relatórios apontando a expansão do setor de serviços nos EUA e uma perda menor que o esperado no número de vagas no setor privado. Em Londres, o índice FT-100 subiu 7,54 pontos (0,14%) e fechou com 5.530,04 pontos; em Paris, o índice CAC-40 avançou 4,76 pontos (0,12%) e fechou com 4.017,67 pontos; em Frankfurt, o índice Dax-30 subiu 2,47 pontos (0,04%) e fechou com 6.034,33 pontos.

Conhecida agora no final da tarde, a ata da última reunião do Fed (banco central americano), teve leve influência nas Bolsas de Nova York. As autoridades do Fed reconheceram no mês passado que a economia norte-americana está ganhando impulso, mas julgaram que a recuperação não é forte o suficiente para mudar a visão do banco central de que as taxas de juro devem continuar no nível recorde de baixa. A ata da reunião dos dias 15 e 16 de dezembro do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc, na sigla em inglês) mostra que o banco central norte-americano espera que a lenta recuperação mantenha o mercado de trabalho dos EUA fraco e os preços ao consumidor contidos. Às 18h30, o S&P 500 tinha alta de 0,10%, enquanto o índice Dow Jones subia 0,07% e o Nasdaq perdia 0,27%.

No Brasil, os dados da produção industrial em novembro, que mostraram a primeira queda depois de 10 altas consecutivas, de 0,2%, não tiraram o brilho da bolsa, já que vieram dentro das estimativas e os investidores também atentaram para a comparação com novembro de 2008, quando o crescimento foi de 5,1%, interrompendo 12 meses de resultados negativos.

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