Opep e Rússia irão cortar produção de petróleo apesar de pressão de Trump
Grupo reduzirá a produção em 800 mil barris ao dia a partir de janeiro, enquanto aliados que não fazem parte da Opep contribuirão com mais 400 mil
Reuters
Publicado em 7 de dezembro de 2018 às 14h41.
Viena - A Opep e seus aliados liderados pela Rússia concordaram nesta sexta-feira, 7, em cortar a produção de petróleo em mais do que o mercado esperava, apesar da pressão do presidente dos EUA, Donald Trump , para reduzir o preço do petróleo.
O grupo produtor reduzirá a produção em 800 mil barris por dia a partir de janeiro, enquanto aliados que não fazem parte da Opep contribuirão com mais 400 mil bpd em cortes, disse o ministro iraquiano do petróleo, Thamer Ghadhban, após a Opep concluir dois dias de conversas em Viena.
Os preços do petróleo subiram cerca de 5 por cento, para mais de 63 dólares o barril, já que o corte combinado de 1,2 milhão de bpd foi maior do que o mínimo de 1 milhão bpd esperado.
A Arábia Saudita, líder de facto da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, enfrentou demandas de Trump para ajudar a economia global, abstendo-se de cortar a oferta.
Uma redução na produção também ajudaria o Irã, aumentando o preço do petróleo em meio a tentativas de Washington de pressionar a economia do terceiro maior produtor da Opep. "Nunca trataremos de questões geopolíticas na Opep", disse o ministro de Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail bin Mohammed al-Mazroui, em entrevista coletiva.
O ministro da Energia da Rússia, Alexander Novak, elogiou a capacidade do seu colega saudita Khalid al-Falih de "encontrar uma solução na mais difícil situação", indicando que a Rússia estava a bordo.
O acordo da Opep ficou pendente primeiro por temores de que a Rússia cortasse muito pouco, e depois por preocupações de que o Irã, cujas exportações afetadas pelas sanções dos EUA, não receberiam isenção.
Mas depois de horas de conversas, o Irã deu à Opep a luz verde e a Rússia indicou que estava pronta para cortar mais.
Uma reunião de produtores da Opep e não Opep rapidamente aprovou o acordo, de acordo com duas fontes do cartel.
O corte durará seis meses a partir de janeiro, disse Ghadhban, e tomará o mês de outubro como base.
A produção da Opep e da Rússia foi menor em outubro do que em novembro. No entanto, a Opep pode não divulgar cotas de produção individuais, disseram fontes.