Oferta do governo argentino não agrada credores estrangeiros
Não foi bem aceita por parte dos credores do governo argentino a proposta de reestruturação da dívida, anunciada nesta segunda-feira (22/9). O primeiro passo para a renegociação de um montante de mais de 100 bilhões de dólares, cujo pagamento está suspenso desde 2001, é o corte de 75% do valor de face dos títulos da […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
Não foi bem aceita por parte dos credores do governo argentino a proposta de reestruturação da dívida, anunciada nesta segunda-feira (22/9). O primeiro passo para a renegociação de um montante de mais de 100 bilhões de dólares, cujo pagamento está suspenso desde 2001, é o corte de 75% do valor de face dos títulos da dívida que estão nas mãos destes credores.
Conseguir um acordo de reestruturação de dívida com seus credores é essencial para a Argentina, que nos últimos quatro anos passou por forte recessão - e que possui Produto Interno Bruto 20% menos do que deve a credores privados.
A má recepção da proposta do governo argentino veio principalmente dos credores estrangeiros - que detêm 50% do total da dívida. De acordo com informações de agências internacionais, um grupo de investidores alemães afirmou que a oferta não é realista, enquanto um representante de detentores italianos disse que a proposta é pouco razoável. A repercussão do plano de reestruturação da dívida argentina foi feita em Dubai, nos Emirados Árabes, local onde foi anunciado o plano e onde acontece uma reunião do Fundo Monetário Internacional.
Se os credores não aceitarem negociar com a Argentina, o risco que se corre é de uma série de processos na Justiça contra o governo do país.
A oferta inicial, entretanto, pode ser mudada. O ministro da Economia, Roberto Lavagna, que anunciou a reestruturação, afirmou que o corte de 75% serve como base para o início das negociações. Apesar disso, o presidente argentino Néstor Kirchner declarou que um pesado corte no valor de face dos bônus é necessário para que os recursos sejam utilizados para ajudar mais da metade da população do país que "não consegue se alimentar ou vestir adequadamente", de acordo com o jornal La Nación.