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Criança de família pobre levaria 9 gerações para atingir renda média

Relatório da OCDE mostra Brasil entre os piores países em mobilidade social: demora média é de cinco gerações entre os países do bloco

Nos países da OCDE, leva, em média, cinco gerações para que um descendente de uma família pobre alcance o padrão de vida médio em seu país (Getty Images/Getty Images)
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AFP

Publicado em 15 de junho de 2018 às 14h34.

Última atualização em 15 de junho de 2018 às 15h33.

O "elevador social" está estagnado em vários países industrializados. Nos países da OCDE , leva, em média, cinco gerações para que um descendente de uma família pobre alcance o padrão de vida médio em seu país, estimou a organização nesta sexta-feira.

"Não há mais mobilidade social nos países da OCDE: renda, profissão e nível educacional são transmitidos de uma geração para outra", resume Gabriela Ramos, assessora especial da OCDE, ao apresentar o relatório à imprensa.

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"Em média, nos países da OCDE, serão necessárias pelo menos cinco gerações para que uma criança de uma família na parte inferior da escala de renda suba até a metade dela", acrescentou.

A situação é ainda pior em alguns países latino-americanos, como no Brasil, onde demoraria nove gerações, e na Colômbia, onde o número passa para onze.

No Chile, assim como países como França ou Alemanha, a situação também não é gloriosa. Para esses países, são necessárias seis gerações para que os descendentes de uma família na parte inferior da escala de renda (os 10% mais baixos) subam para um nível médio de renda. O que equivale a "180 anos", apontou Ramos.

Em contraste, na Dinamarca e em outros países nórdicos (Noruega, Finlândia, Suécia), duas ou três gerações são suficientes para mudar a tendência.

Por sua vez, a Espanha é um dos países com maior mobilidade entre gerações em termos de renda. São necessárias quatro gerações para um descendente de uma família com poucos recursos alcance um padrão de vida médio.

No elevador social, há menos mobilidade no topo e na parte inferior. Em média, em 16 dos 24 países da OCDE, apenas 17% das crianças de origem modesta conseguem chegar ao topo em termos de renda quando atingem a idade adulta, enquanto 42% das crianças de famílias ricas se mantêm.

"A falta de mobilidade social não é uma fatalidade, podemos melhorar. Com políticas mais avançadas podemos reforçar a igualdade de oportunidades", disse Ramos.

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