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Obama quer mais petróleo brasileiro, diz jornal espanhol

Segundo o El País, Brasil e EUA negociam informalmente um acordo para aumentar as exportações da Petrobras para o mercado americano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2009 às 12h38.

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos têm mantido contatos informais com o objetivo de costurar um acordo comercial que aumente a venda de petróleo brasileiro para o mercado americano, afirma o jornal espanhol El País na edição desta segunda-feira (09).

O andamento da negociação dependerá da quantidade de petróleo que a Petrobras conseguirá extrair nos próximos anos dos poços na costa do Rio de Janeiro e das novas reservas no litoral de São Paulo, assim como do “marco jurídico que Brasília e Washington assinarem”, diz o El País.

As fontes do jornal em Brasília insistem que a prioridade do governo é tornar o país independente das importações de óleo cru, mas que uma vez alcançada a meta, o país entrará na briga pela preferência dos grandes consumidores mundiais de petróleo.

Por causa da proximidade geográfica e da fluidez do diálogo político que já se estabeleceu entre os governos de Lula e Barack Obama, os EUA podem se converter no “grande comprador natural do ouro negro brasileiro”, diz o periódico espanhol.

Primeiros passos

O governo americano já teria emitido um primeiro sinal concreto de interesse em diversificar suas fontes de petróleo no continente, segundo "fontes diplomáricas" citadas pelo El País. Em julho, os EUA decidiram reativar sua frota para Caribe a América do Sul, composta inicialmente por 11 embarcações, entre elas um porta-aviões e um submarino nuclear.

 Essas mesmas fontes teriam dito que a Venezuela tem sido motivo de preocupação por parte dos americanos em razão da instabilidade política do governo de Hugo Chávez. Por isso, os EUA enxergam no Brasil um fornecedor mais confiável na região. 

"Washington entende que as reservas de pré-sal são a salvação para sua dependência da Venezuela", teria afirmado uma fonte de Brasília aos jornalistas espanhóis.

Embora não saiba exatamente quanto petróleo conseguirá retirar das novas reservas, a Petrobras prevê informalmente que há óleo suficiente para exportar não apenas para os Estados Unidos, mas também para China e Japão, outros países que já mostraram interesse numa parceria comercial.

O governo, porém, reforça que tem mais interesse em vender derivados de petróleo, como gasolina, do que óleo cru, uma vez que os produtos acabados são mais rentáveis.

Ainda de acordo com o El País, isso explica porque o governo teria ampliado a previsão de investimentos da Petrobras para os próximos anos e avançado nos projetos de construção de quatro novas refinarias.

A empresa foi bastante criticada pelos analistas ao divulgar, no fim de janeiro, um plano de investimentos mais ambicioso do que esperava o mercado. Só em 2010, a companhia planeja investir 35 bilhões de dólares, ante os 28,6 bilhões de dólares previstos para 2009.

 

 

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