executivo-preocupado (yuriyzhuravov/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 27 de maio de 2017 às 08h00.
Última atualização em 27 de maio de 2017 às 08h00.
São Paulo - Você concorda ou discorda da seguinte colocação: "estamos vivendo atualmente no período mais imprevisível da história"?
O banco suíço UBS fez essa pergunta para 2.800 milionários (gente com mais de US$ 1 milhão em ativos para investir) em 7 países: Hong Kong, Japão, Singapura, México, Itália, Suíça e Reino Unido.
82% concordam fortemente ou parcialmente que sim, este é o período mais imprevisível da história, com taxas que vão de 77% na Suíça e 79% no Japão até 84% em Singapura e 90% no México.
Os milionários de cada país também apontaram qual era, na sua opinião, a maior fonte doméstica de incerteza.
A corrupção foi a mais citada no México e as negociações do Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia) foram a principal lembrança dos milionários britânicos.
Os preços do mercado imobiliário são o fator mais citado na Suíça e o envelhecimento populacional é o fator mais citado no Japão.
A alta taxa de desemprego entre os jovens é o que mais preocupa os milionários italianos e as tensões sociais são as mais citadas em Hong Kong.
Já os milionários de Singapura temem o risco de novas barreiras comerciais, algo natural diante da retórica do presidente americano Donald Trump e do fato que Singapura é uma economias mais abertas do mundo.
De forma geral, a incerteza política preocupa: 71% dos milionários ouvidos acreditam que os governos eleitos podem responder apenas a riscos de curto prazo e um número ainda maior julga que o eleitorado vota baseado em emoções, não fatos.
O UBS nota que as atitudes mudam entre os diferentes grupos etários. Os mais velhos, acima dos 65 anos, associam regimes autoritários ou de partido único com a incerteza.
Já os mais jovens consideram que os sistemas democráticos são muito focados no curto prazo e avaliam que líderes políticos poderosos são mais efetivos no longo prazo.
Apesar de tanta incerteza, os milionários pesquisados continuam otimistas com o futuro da sua situação financeira pessoal.
Cerca de metade espera que suas finanças melhorem nos próximos 12 meses, contra só 13% que esperam piora.