"O bolo vai aumentar para bancos e fintechs", diz diretor do BC
Com o lançamento do Pix, arranjo de pagamento instantâneo, transações serão realizadas em, no máximo, 10 segundos e, em média, em dois
Natália Flach
Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 17h52.
São Paulo - Ao mesmo tempo que enfrentam concorrência cada vez maior de fintechs e varejistas, os bancos têm tentado encontrar novas receitas para compensar a redução da tarifa da taxa do cheque especial - que foi limitada em 8% ao mês pelo banco central.
"O desenho do cheque especial não era condizente, embutia subsídios cruzados, daí redesenhamos o produto", afirma João Manoel Pinho, diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do BC.
"Mas possibilitamos que os bancos cobrassem tarifas, mas muitos já anunciaram que não vão fazê-lo. Em todo o mundo, os bancos centrais racionalizam imposição para produtos emergenciais. Nós vamos continuar avaliando os impactos da medida", afirmou durante evento do BTG Pactual (controlador de Exame), na quarta-feira (19).
Segundo Pinho, o "bolo vai aumentar para todo mundo", incluindo fintechs e bancos, com o lançamento do Pix, arranjo de pagamento instantâneo que permitirá que transações sejam realizadas em, no máximo, 10 segundos e, em média, em dois.
"Se antes a pessoa precisava esperar dois dias até que o dinheiro caísse e a concessionária religasse a luz que foi cortada por falta de pagamento, agora, será possível diminuir esse tempo", disse. O papel do BC, nesse sentido, é impulsionar a inovação e a entrada de novos participantes.