Nicolas Maduro: o presidente destacou que seu objetivo é proteger a classe média venezuelana (Juan Barreto/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 07h06.
Caracas - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou neste domingo que tabelará os preços dos veículos, como parte das medidas econômicas que adota com os poderes especiais que obteve do Congresso para a chamada "guerra econômica" e o combate à corrupção.
"Vou anunciar nesta segunda-feira um decreto que tabelará os preços dos veículos (...). É certo que a Fedecámaras (associação de empresários) e a Mesa da Unidade (oposição) criticarão este decreto", disse Maduro ao inaugurar uma obra do Metrô.
O presidente destacou que seu objetivo é proteger a classe média venezuelana, sobre a qual "mais especula a burguesia", a uma semana das eleições municipais.
Na sexta-feira, Maduro ordenou a detenção imediata dos comerciantes que reincidirem no aumento de preços, em pronunciamento em rede nacional de televisão.
"Em todas as inspeções que forem feitas - e que se mostre amplamente que houve remarcação de preços - (...) atue-se com toda a severidade da lei e, por serem crimes em flagrante, proceda-se imediatamente à detenção dos responsáveis", ordenou Maduro a militares, milícias e órgãos de Justiça, encarregados de monitorar os estabelecimentos comerciais.
Ainda na sexta, o presidente anunciou o segundo pacote de medidas dentro da "guerra econômica contra a burguesia parasita e o imperialismo", decretando a redução dos preços dos aluguéis de lojas e outros pontos comerciais em todo o país, e proibindo sua cobrança em dólar.
Entre outras coisas, o decreto estabelece que o aluguel de qualquer estabelecimento comercial "não poderá exceder os 250 bolívares (40 dólares no câmbio oficial) por metro quadrado".
Na semana passada, Maduro assinou as primeiras disposições destinadas a impor limites às margens de lucro no varejo e para a criação de um registro estatal de pequenas e médias empresas.
Na quinta-feira, a Fedecámaras disse esperar que as novas medidas garantam a propriedade privada e o acesso a divisas para aumentar a produção e frear a escassez e a inflação no país.
Maduro reagiu afirmando que "é a mesma Fedecámaras de sempre, que durante um século esteve no poder e saqueou este país (...) Fedecámaras que liderou o golpe de Estado contra o comandante Hugo Chávez em abril de 2002".