Washington - O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Eric Holder, afirmou nesta terça-feira que seu departamento está perto de tomar uma decisão para apresentar acusações com base em diversas provas que envolvem grandes empresas financeiras cuja atividade pode ter colaborado para a crise econômica de 2008.

"Minha mensagem é que qualquer um que tenha infligido danos a nossos mercados financeiros não deve crer que está fora de perigo por causa da passagem do tempo. Se alguma pessoa ou alguma instituição bancária espera isso, que pense de novo", disse Holder em uma entrevista ao "The Wall Street Journal".

Holder e o governo do presidente Barack Obama enfrentaram crescentes críticas, principalmente por parte de democratas, por não apresentar acusações penais contra os executivos que se viram envolvidos na crise de 2008.

O procurador-geral americano se negou a discutir detalhes ou dizer quando anunciarão estes casos, mas indicou que seus planos de deixar seu posto antes que conclua a legislatura não afetarão essas decisões.

"Espero estar aqui para anunciar uma série de assuntos importantes", declarou, sem especificar se a apresentação de acusações contra alguma dessas grandes empresas financeiras seria civil ou penal.

Nos últimos dias, vários meios de comunicação anteciparam que o governo americano está levando a cabo novos processos contra os possíveis abusos das seguradoras hipotecárias.

O crescimento explosivo deste negócio ajudou a alimentar a bolha imobiliária, o que levou a uma crise de crédito quando a bolha explodiu e as instituições financeiras tiveram que ficar com ações cujo valor tinha afundado.

No início deste ano, o Departamento de Justiça processou a Standard & Poor e sua filial McGraw Hill Financial Inc. por suas qualificações de bônus hipotecários, ao argumentar que a empresa enganou os investidores, embora a companhia tenha negado as acusações.

Os EUA também apresentaram recentemente acusações penais contra dois ex-investidores do JP Morgan Chase & Co., acusando-os de fraudar as perdas em uma série de maus investimentos que finalmente custaram ao banco mais de US$ 6 milhões no ano passado.