Inflação dos alimentos: dados ampliam os sinais de que a segunda maior economia do mundo finalmente está saindo de sua pior desaceleração nos últimos três anos (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2013 às 07h05.
Pequim - A taxa anual de inflação ao consumidor da China acelerou para 2,5 por cento em dezembro, a maior em sete meses, puxada pela alta de preços de alimentos, ficando acima das expectativas e reduzindo a margem de manobra do banco central para afrouxar a política monetária.
A aceleração da inflação amplia os sinais de que a segunda maior economia do mundo finalmente está saindo de sua pior desaceleração nos últimos três anos, numa recuperação gradual liderada pela maior demanda doméstica.
Analistas dizem que as pressões inflacionárias vão se acentuar nos próximos meses devido à base menor de comparação do ano anterior. Mas que o cenário continua, no geral, benigno, mantendo a economia bem posicionada e não sendo necessária uma mudança nas taxas de juros.
"Há pouca pressão inflacionária para mudar a política monetária", afirmou Alistair Thornton, economista do IHS em Pequim. "Entretanto, há espaço para um corte da taxa de compulsório nos próximos meses" Em 2012, a inflação acelerou para 2,6 por cento, bem abaixo da meta de inflação do banco central de 4 por cento.
"O índice de preço ao consumidor subiu pela alta dos preços de alimento devido a fatores sazonais e pelo inverno recente", afirmou Li Huiyong, economista do Shenyin & Wanguo Securities. "Acreditamos que a inflação não será uma grande preocupação ao governo em 2013, com uma taxa anual de 3 por cento", afirmou.
O vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, principal agência de planejamento da China, Zhang Xiaoqiang, afirmou na semana passada que a inflação ao consumidor no país ficaria em 3,5 por cento em 2013.
Zhang também disse que a economia da China provavelmente cresceu 7,7 por cento no ano passado, em linha com as estimativas de analistas consultados pela Reuters, e que provavelmente irá expandir cerca de 7,5 por cento neste ano --uma estimativa conservadora.
A China divulgará seus dados sobre o Produto Interno Bruto (PIB) em 18 de janeiro e um crescimento de 7,7 por cento no ano, se concretizado, será o pior em 13 anos. Mas analistas esperam que os dados mostrem recuperação do crescimento das mínimas de três anos para 7,8 por cento no quarto trimestre.
Ciente do aumento da inflação e dos preços altos das moradias, a China tem evitado mais cortes da taxa de juros após reduzir os custos de empréstimos duas vezes entre junho e julho do ano passado.