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No Brasil, lagosta vira solução para comer na recessão

Redes como Red Lobster estão surgindo para atender a demanda de consumidores de classe média que não podem pagar o jantar em restaurantes de padrão mais alto

Restaurante do Red Lobster: empresa abriu seus dois primeiros restaurantes no Brasil neste ano (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 22h36.

Os consumidores brasileiros, apertados pelo crescimento estagnado e por uma moeda mais fraca, estão comprando menos produtos estrangeiros. Mas um produto importado dos EUA está prosperando durante essa recessão: a Red Lobster.

Depois que algumas redes fracassaram em suas tentativas anteriores de entrar na maior economia da América Latina, as operadoras dos chamados restaurantes casuais dos EUA estão se expandindo novamente.

Redes como P.F. Chang’s e Tony Roma’s estão surgindo para atender a demanda de consumidores de classe média que não podem pagar o jantar em restaurantes de padrão mais alto, mas que buscam uma noite com um pouco mais de classe, diferente de ir a um bar de esquina onde não é necessário usar camisa social.

A Red Lobster Seafood, que foi adquirida pela Golden Gate Capital Corp. em julho, abriu seus dois primeiros restaurantes no Brasil neste ano e tem planos para mais 12.

A TGI Fridays está voltando após uma ausência de quatro anos. E a Dunkin’ Brands Group Inc., que encerrou suas operações no Brasil há cerca de uma década, está planejando até 150 cafeterias com iluminação ambiental, wi-fi e sofás.

“Esta ainda é uma das maiores economias do mundo e está repleta de oportunidades”, disse Scott Murphy, diretor de abastecimento e vice-presidente de operações para a América Latina da Dunkin’ Donuts. “As principais delas estarão na classe média”.

Recessão

O impulso renovado no Brasil surge em um momento em que o país tenta sair da recessão do primeiro semestre do ano. A economia brasileira encolheu 0,6 por cento durante o segundo trimestre do ano após uma contração revisada de 0,2 por cento durante os três primeiros meses.

O IBGE divulgará as informações do PIB do terceiro trimestre no dia 28 de novembro. A inflação permaneceu acima do ponto médio da meta do Banco Central nos últimos quatro anos e os empregos caíram no mês passado.

Enquanto essa situação poderia significar uma desaceleração para os clientes norte-americanos, isso não acontece no Brasil, disse Renato Meirelles, presidente do Data Popular, instituto de pesquisa focado na classe média, faixa da população que o órgão define pelas famílias com uma renda mensal média de R$ 1.694 (US$ 649) a R$ 3.094.

Comer fora regularmente faz parte da cultura dos brasileiros e os 40 milhões de pessoas que ascenderam à classe média na última década não são uma exceção.

“Elas não desistem de comer fora, mas trocam restaurantes melhores por pizzarias ou reduzem a frequência de saídas”, disse Meirelles ontem em entrevista por telefone.

“É que nem viajar de avião: aqueles que começam não vão mais viajar de ônibus. As pessoas não voltam para trás”.

Um prato de lagosta no Red Lobster custa de R$ 79 a R$ 169, ou cerca de US$ 30 a US$ 65, em São Paulo, contra US$ 27 a US$ 41 no estabelecimento da empresa na Times Square, em Nova York.

O impulso é parte de uma expansão global de algumas redes. A Dunkin’ Donuts está adicionando lojas ao longo da Costa Oeste dos EUA. E a Romacorp inaugurou restaurantes Tony Roma’s no México e em Cingapura nos últimos 12 meses.

Volta ao Brasil

“O mercado obviamente é muito atrativo”, disse Jim Rogers, diretor de marketing da Romacorp, em entrevista por telefone.

A Dunkin’ Donuts, que tem sede em Canton, Massachusetts, EUA, está voltando ao Brasil após fechar suas franquias cerca de uma década atrás por causa de problemas na cadeia de abastecimento, disse Murphy.

Desta vez, a sócia de franquia OLH Group, um grupo com sede em Brasília que anteriormente operou franquias da Subway Restaurants, planeja ter um estoque de seis meses de insumos importados e está tentando encontrar produtores locais de itens como copos, disse o presidente da OLH, Leandro Oliva.

A TGI Fridays, que foi adquirida neste ano pela Sentinel Capital Partners e pela TriArtisan Capital Partners, deixou o Brasil quatro anos atrás por causa de “algumas preocupações financeiras relacionadas ao nosso sócio de franquia”, disse Jean Baudrand, vice-presidente para desenvolvimento de negócios internacionais, em resposta a perguntas enviada por e-mail.

O Brasil era “uma região de alto desempenho” para a rede com sede em Carrollton, Texas, EUA, disse Baudrand.

A Red Lobster, que tem sede em Orlando, Flórida, EUA, abriu restaurantes neste ano no Itaim Bibi e no Aeroporto Internacional de São Paulo.

A empresa está inaugurando lojas com a International Meal Co., a única operadora de redes de restaurantes de capital aberto do Brasil, disse o CEO da Red Lobster, Kim Lopdrup.

“O Brasil é um dos mercados mais atrativos da América Latina devido ao seu tamanho, perspectivas de crescimento de longo prazo e forte aceitação dos restaurantes americanos casuais”, disse Lopdrup, em resposta a questões enviada por e-mail.

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Os consumidores brasileiros, apertados pelo crescimento estagnado e por uma moeda mais fraca, estão comprando menos produtos estrangeiros. Mas um produto importado dos EUA está prosperando durante essa recessão: a Red Lobster.

Depois que algumas redes fracassaram em suas tentativas anteriores de entrar na maior economia da América Latina, as operadoras dos chamados restaurantes casuais dos EUA estão se expandindo novamente.

Redes como P.F. Chang’s e Tony Roma’s estão surgindo para atender a demanda de consumidores de classe média que não podem pagar o jantar em restaurantes de padrão mais alto, mas que buscam uma noite com um pouco mais de classe, diferente de ir a um bar de esquina onde não é necessário usar camisa social.

A Red Lobster Seafood, que foi adquirida pela Golden Gate Capital Corp. em julho, abriu seus dois primeiros restaurantes no Brasil neste ano e tem planos para mais 12.

A TGI Fridays está voltando após uma ausência de quatro anos. E a Dunkin’ Brands Group Inc., que encerrou suas operações no Brasil há cerca de uma década, está planejando até 150 cafeterias com iluminação ambiental, wi-fi e sofás.

“Esta ainda é uma das maiores economias do mundo e está repleta de oportunidades”, disse Scott Murphy, diretor de abastecimento e vice-presidente de operações para a América Latina da Dunkin’ Donuts. “As principais delas estarão na classe média”.

Recessão

O impulso renovado no Brasil surge em um momento em que o país tenta sair da recessão do primeiro semestre do ano. A economia brasileira encolheu 0,6 por cento durante o segundo trimestre do ano após uma contração revisada de 0,2 por cento durante os três primeiros meses.

O IBGE divulgará as informações do PIB do terceiro trimestre no dia 28 de novembro. A inflação permaneceu acima do ponto médio da meta do Banco Central nos últimos quatro anos e os empregos caíram no mês passado.

Enquanto essa situação poderia significar uma desaceleração para os clientes norte-americanos, isso não acontece no Brasil, disse Renato Meirelles, presidente do Data Popular, instituto de pesquisa focado na classe média, faixa da população que o órgão define pelas famílias com uma renda mensal média de R$ 1.694 (US$ 649) a R$ 3.094.

Comer fora regularmente faz parte da cultura dos brasileiros e os 40 milhões de pessoas que ascenderam à classe média na última década não são uma exceção.

“Elas não desistem de comer fora, mas trocam restaurantes melhores por pizzarias ou reduzem a frequência de saídas”, disse Meirelles ontem em entrevista por telefone.

“É que nem viajar de avião: aqueles que começam não vão mais viajar de ônibus. As pessoas não voltam para trás”.

Um prato de lagosta no Red Lobster custa de R$ 79 a R$ 169, ou cerca de US$ 30 a US$ 65, em São Paulo, contra US$ 27 a US$ 41 no estabelecimento da empresa na Times Square, em Nova York.

O impulso é parte de uma expansão global de algumas redes. A Dunkin’ Donuts está adicionando lojas ao longo da Costa Oeste dos EUA. E a Romacorp inaugurou restaurantes Tony Roma’s no México e em Cingapura nos últimos 12 meses.

Volta ao Brasil

“O mercado obviamente é muito atrativo”, disse Jim Rogers, diretor de marketing da Romacorp, em entrevista por telefone.

A Dunkin’ Donuts, que tem sede em Canton, Massachusetts, EUA, está voltando ao Brasil após fechar suas franquias cerca de uma década atrás por causa de problemas na cadeia de abastecimento, disse Murphy.

Desta vez, a sócia de franquia OLH Group, um grupo com sede em Brasília que anteriormente operou franquias da Subway Restaurants, planeja ter um estoque de seis meses de insumos importados e está tentando encontrar produtores locais de itens como copos, disse o presidente da OLH, Leandro Oliva.

A TGI Fridays, que foi adquirida neste ano pela Sentinel Capital Partners e pela TriArtisan Capital Partners, deixou o Brasil quatro anos atrás por causa de “algumas preocupações financeiras relacionadas ao nosso sócio de franquia”, disse Jean Baudrand, vice-presidente para desenvolvimento de negócios internacionais, em resposta a perguntas enviada por e-mail.

O Brasil era “uma região de alto desempenho” para a rede com sede em Carrollton, Texas, EUA, disse Baudrand.

A Red Lobster, que tem sede em Orlando, Flórida, EUA, abriu restaurantes neste ano no Itaim Bibi e no Aeroporto Internacional de São Paulo.

A empresa está inaugurando lojas com a International Meal Co., a única operadora de redes de restaurantes de capital aberto do Brasil, disse o CEO da Red Lobster, Kim Lopdrup.

“O Brasil é um dos mercados mais atrativos da América Latina devido ao seu tamanho, perspectivas de crescimento de longo prazo e forte aceitação dos restaurantes americanos casuais”, disse Lopdrup, em resposta a questões enviada por e-mail.

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