Exame Logo

Nem com duas intervenções BC evita dólar a R$ 3,47

O Banco Central interveio no mercado com venda de dólares, mas não conteve a forte disparada nesta quarta-feira. A moeda norte-americana fechou a R$ 3,47 para compra. A alta em relação a terça-feira foi de 5,15%. É novo recorde do valor da moeda no Plano Real. No ano, a valorização acumulada do dólar sobre o […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h05.

O Banco Central interveio no mercado com venda de dólares, mas não conteve a forte disparada nesta quarta-feira. A moeda norte-americana fechou a R$ 3,47 para compra. A alta em relação a terça-feira foi de 5,15%. É novo recorde do valor da moeda no Plano Real. No ano, a valorização acumulada do dólar sobre o real já é de 51,10%. Apenas no mês de julho, a moeda se desvalorizou 23,4% de seu valor. É a maior alta desde 1999. Às 12h, a moeda atingiu o seu pico, chegando a R$ 3,61, praticamente com a mesma cotação do peso argentino.

Segundo a agência Reuters, o desespero pela compra de dólares e a falta de moeda disponível faziam as cotações explodir no mercado de câmbio nesta quarta-feira. Segundo operadores, as incertezas políticas brasileiras e a ansiedade por dinheiro novo do FMI eram amplificadas por uma tradicional especulação de final de mês.

Veja também

As cotações do real se aproximavam das do peso argentino, a 3,605 reais por dólar, quando o Banco Central voltou a intervir no mercado, com a venda direta de moeda, segundo operadores.

Com a injeção de recursos, que teria sido a segunda do dia, as cotações recuaram um pouco, mas ainda continuavam na estratosfera. Às 12h40, o dólar tinha forte alta de 3,79 por cento, a 3,420 reais.

Na máxima do dia, a alta foi de 9,41 por cento, a 3,605 reais. O peso argentino, por sua vez, era vendido a 3,7 pesos por dólar.

"É a mesma história de ontem. Não há oferta de dólar, as companhias precisam deles e o panorama econômico ainda é negativo", disse Flavio Byron, operador da Corretora Liquidez, no Rio de Janeiro.

Operadores também explicaram que muitos investidores precisavam comprar dólares à vista para zerar as posições assumidas em contratos de dólar futuro, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F).

Esses investidores compraram contratos futuros, apostando numa queda das cotações no mercado à vista, o que não ocorreu. Por isso, precisaram adquirir moeda para honrar seus compromisos.

"Todo mundo quer dólar e ninguém está se importando muito com a cotação. O problema é que não há papel e a liquidez está muito baixa", comentou um operador de cambio de um grande banco estrangeiro em São Paulo.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame