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Na Grécia, aumento de turistas estrangeiros incomoda moradores

Mais de 50% dos gregos trabalha com turismo para superar a crise que atinge o país há sete anos e com os turistas, eles não conseguem nem tirar férias

Turismo na Grécia: são esperados 30 milhões de turistas para este ano, superando os 28 milhões de 2016, (Christopher Furlong/Getty Images)
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EFE

Publicado em 21 de agosto de 2017 às 10h19.

Atenas - Enquanto a Grécia espera para este ano um novo recorde de turistas estrangeiros, a crise dos últimos sete anos deixou uma ferida profunda nos gregos que continuam sem poder aproveitar as férias longe das preocupações econômicas do dia a dia.

De acordo com as estimativas da Organização Grega de Turismo, são esperados 30 milhões de turistas para este ano, superando os 28 milhões de 2016, o que já significa um volume de chegadas sem precedentes no país.

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Mesmo assim, segundo dados do Banco da Grécia, em 2016 os investimentos no turismo ficaram na casa dos 13 milhões de euros, 6,5% a menos do que no ano anterior, apesar do aumento de 7,5% de turistas.

Kyriakos Karafantis, de 26 anos, viu esse aumento de perto. Ele trabalha em uma das muitas empresas que oferecem viagens para as ilhas no Porto de Piraeus. A sazonalidade do seu trabalho faz com que ele não tire férias no verão nem no inverno, já que sua atividade depende dos lucros conseguidos durante a alta temporada.

Como ele, 53,6% da população da Grécia não conseguiu tirar nem mesmo uma semana de férias longe de casa, segundo a Eurostat.

"E os gregos quando viajam também consomem", diz Kostas Vardakis, proprietário de um supermercado em Kala Nera, um povoado tradicionalmente frequentado pelos gregos.

Em 2015, segundo os últimos dados disponíveis, o turismo respondeu por 26,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e, com a dispersão dos destinos turísticos do país, o setor ostenta um papel crucial nos investimentos de muitas regiões.

Nas ilhas, por exemplo, representa mais de 50% do seu PIB: 56% na Ilha de Creta, 63% nas Ilhas Jónicas e 72% na região do Egeu Meridional, com ilhas como Santorini e Mykonos.

Apesar disto, Yannis Retsos, diretor da Confederação Grega de Turismo (SETE), afirmou à emissora grega "Skai TV" que o turismo grego precisa passar da "quantidade à qualidade".

"Essa enorme quantidade de turista pode parecer um sucesso, mas as nossas estruturas estão se esgotando", reconheceu Retsos.

Um exemplo disso é a Ilha de Santorini, de 73 quilômetros quadrados e um dos principais destinos turísticos da Grécia. O prefeito, Nikos Zorzos, reconhecia em 2016 que o grande volume de turistas colaborou para a degradação do ecossistema, especialmente no litoral.

Os moradores da ilha também têm críticas sobre as dificuldades para alugar um imóvel. Manolis Karamolengos, diretor de uma escola pública de ensino médio em Santorini, disse à Efe que, como o período turístico vai de abril ao final de outubro, os locais não querem alugar apartamentos para funcionários públicos e preferem fechar negócios através de plataformas online e simplesmente não alugá-los no resto do ano.

Em virtude disso, a ilha começou a tomar medidas para controlar o impacto do turismo. Uma delas é limitar o número visitantes que chega de barco a 8 mil por dia frente à média de 10 mil passageiros diários que Santorini chega a receber na alta temporada.

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