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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h21.
O Brasil é o 39º de uma classificação de 43 países pelo critério da competitividade econômica. O ranking foi elaborado a partir de um índice criado pelo departamento de competitividade e tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O Índice de Competitividade (IC) resulta da ponderação de 83 variáveis associadas ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita de cada país. O valor varia de -1 (menor competitividade) a +1 (maior competitividade). O Brasil recebeu nota -0,662. Os Estados Unidos, melhor país da lista, obteve +0,806, seguido pela Suécia, com +0,556.
O ranking divulgado nesta quinta-feira (22/9) refere-se à situação de 2003 e mapeia um número constante de países (#tabela). Há informações mapeadas a partir de 1997. Um estudo similar do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que será divulgado nos próximos dias, avalia um número diferente de nações a cada edição e inclui quesitos qualitativos, que apuram a percepção do empresariado local sobre diferentes temas. O índice da Fiesp é puramente quantitativo.
Brasil patinando
Os países foram divididos em quatro grupos de acordo com o grau de competitividade: elevado, satisfatório, médio e baixo. O Índice de Competitividade médio do último grupo do ranking é -0,599, com crescimento anual de 2,7% entre 1997 e 2003, melhor do que o desempenho brasileiro, de 2,4%. Rússia e China participam do grupo de competitividade média.
Segundo José Ricardo Roriz Coelho, diretor responsável pela pesquisa, o Brasil melhorou nas variáveis Exportação (tanto balança comercial quanto nível de exportação de itens de alta tecnologia) e Tecnologia (gastos em pesquisa e desenvolvimento e número de patentes). Mas o crescimento foi comprometido pelas altas taxas de juros, pelo spread bancário e pela elevada carga tributária. "Dados os fatores que emperram nossa evolução, as melhoras não têm eficácia suficiente para alavancar a competitividade", afirma Coelho.
Os juros de curto prazo praticados no Brasil em 2003, por exemplo, eram de 67%, contra 17% da média do grupo de países de baixa competitividade. Os países de alta competitividade praticavam 4,15%.
Irlanda (8ª do ranking), Rússia (30ª) e China (28ª) são países destacados pela Fiesp pela melhora dos índices. A economia irlandesa melhorou no ranking porque implantou redução da carga tributária, da taxa de juros e do spread bancário, ao mesmo tempo em que ampliava o crédito ao setor privado. A Rússia obteve aumentos significativos de produtividade e do PIB per capita. A China intensificou os investimentos em pesquisa, multiplicou o número de patentes aprovadas, reduziu juros e ampliou crédito.
Alvos
O Brasil pode ganhar 9 posições no ranking, assumindo a posição ocupada hoje pela Rússia. Para isso, recomenda a Fiesp, deve adotar uma série de medidas, entre as quais: a elevação do crédito ao setor privado de 34% para 50%, o aumento dos investimentos de 19% para 25%, a redução da carga tributária para 25% e dos gastos do governo de 19% para 13% (todas as porcentagens referem-se ao PIB).
Ranking Fiesp de países por índice de competitividade | |
1 |
Estados Unidos |
2 |
Suécia |
3 |
Suíça |
4 |
Japão |
5 |
Cingapura |
6 |
Noruega |
7 |
Holanda |
8 |
Irlanda |
9 |
Alemanha |
10 |
Reino Unido |
11 |
Finlândia |
12 |
Dinamarca |
13 |
Canadá |
14 |
Hong Kong |
15 |
Bélgica |
16 |
Austrália |
17 |
Coréia |
18 |
França |
19 |
Israel |
20 |
Áustria |
21 |
Nova Zelândia |
22 |
Espanha |
23 |
Itália |
24 |
República Tcheca |
25 |
Malásia |
26 |
Grécia |
27 |
Hungria |
28 |
China |
29 |
Portugal |
30 |
Rússia |
31 |
Argentina |
32 |
África do Sul |
33 |
Tailândia |
34 |
Chile |
35 |
Polônia |
36 |
México |
37 |
Filipinas |
38 |
Venezuela |
39 |
Brasil |
40 |
Colômbia |
41 |
Índia |
42 |
Turquia |
43 |
Indonésia |
obs.: estes 43 países representam 95% do PIB mundial | |
Fonte: Fiesp |