Mudanças climáticas podem gerar rombo financeiro trilionário
Perdas no valor dos ativos financeiros podem chegar a US$ 2,5 trilhões no mundo. No pior cenário, chegariam a US$ 24 trilhões, arruinando a economia global
Vanessa Barbosa
Publicado em 4 de abril de 2016 às 15h08.
São Paulo - As mudanças climáticas podem gerar um rombo de US$ 2,5 trilhões no valor dos ativos financeiros em todo o mundo, de acordo com a primeira grande estimativa de modelagem econômica já realizada sobre o assunto.
Essas perdas valem para o cenário da temperatura média da superfície global alcançar 2,5° C acima do nível pré-industrial, até 2100.
O estudo é assinado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Grantham sobre Mudanças do Clima e do Ambiente na London School of Economics and Political Science and Vivid Economics e foi publicado hoje (4) na revista "Nature Climate Change".
Esse número, no entanto, pode ser maior. Nos piores cenários, muitas vezes usados pelos reguladores para verificar a saúde financeira das empresas e das economias, as perdas poderiam subir para US$ 24 trilhões, ou 17% de todos os ativos do mundo, e arruinar a economia global.
Os autores ressaltam que essas somas são maiores do que os US$ 5 trilhões estimados para a capitalização total do mercado de ações das empresas de combustíveis fósseis atualmente.
As perdas seriam causadas pela destruição direta de ativos devido ao aumento de eventos climáticos extremos e também por uma redução nos lucros para os afetados por altas temperaturas, secas, além de instabilidade geopolítica, entre outros impactos da mudança climática.
Segundo o pesquisador Simon Dietz, "os resultados podem surpreender os investidores, mas não será surpresa para muitos economistas que se debruçam sobre os efeitos das mudanças climáticas".
Se forem tomadas medidas para combater as mudanças climáticas, o estudo descobriu que seria possível reduzir as perdas financeiras globais.
"Ao longo dos últimos anos, os modelos econômicos vêm gerando estimativas cada vez mais pessimistas sobre os impactos do aquecimento global sobre o crescimento econômico futuro. Mas também descobrimos que cortar os gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global a não mais do que 2°C reduz substancialmente o valor em risco frente ao clima. "
Num cenário mais positivo, limitar o aquecimento a 2° C até 2100 reduziria significativamente as perdas. Nesse caso, o valor médio dos ativos financeiros globais em risco seria de US$ 1,7 trilhão, com 1% chance de que US$ 13,2 trilhões estejam em risco.
Preocupações sobre aquecimento global já encabeçam as discussões de economistas. Em janeiro, o Fórum Econômico Mundial disse que o fracasso da adaptação e mitigação das mudanças climáticas é a maior ameaça potencial para a economia global em 2016.
São Paulo - As mudanças climáticas podem gerar um rombo de US$ 2,5 trilhões no valor dos ativos financeiros em todo o mundo, de acordo com a primeira grande estimativa de modelagem econômica já realizada sobre o assunto.
Essas perdas valem para o cenário da temperatura média da superfície global alcançar 2,5° C acima do nível pré-industrial, até 2100.
O estudo é assinado por pesquisadores do Instituto de Pesquisa Grantham sobre Mudanças do Clima e do Ambiente na London School of Economics and Political Science and Vivid Economics e foi publicado hoje (4) na revista "Nature Climate Change".
Esse número, no entanto, pode ser maior. Nos piores cenários, muitas vezes usados pelos reguladores para verificar a saúde financeira das empresas e das economias, as perdas poderiam subir para US$ 24 trilhões, ou 17% de todos os ativos do mundo, e arruinar a economia global.
Os autores ressaltam que essas somas são maiores do que os US$ 5 trilhões estimados para a capitalização total do mercado de ações das empresas de combustíveis fósseis atualmente.
As perdas seriam causadas pela destruição direta de ativos devido ao aumento de eventos climáticos extremos e também por uma redução nos lucros para os afetados por altas temperaturas, secas, além de instabilidade geopolítica, entre outros impactos da mudança climática.
Segundo o pesquisador Simon Dietz, "os resultados podem surpreender os investidores, mas não será surpresa para muitos economistas que se debruçam sobre os efeitos das mudanças climáticas".
Se forem tomadas medidas para combater as mudanças climáticas, o estudo descobriu que seria possível reduzir as perdas financeiras globais.
"Ao longo dos últimos anos, os modelos econômicos vêm gerando estimativas cada vez mais pessimistas sobre os impactos do aquecimento global sobre o crescimento econômico futuro. Mas também descobrimos que cortar os gases de efeito estufa para limitar o aquecimento global a não mais do que 2°C reduz substancialmente o valor em risco frente ao clima. "
Num cenário mais positivo, limitar o aquecimento a 2° C até 2100 reduziria significativamente as perdas. Nesse caso, o valor médio dos ativos financeiros globais em risco seria de US$ 1,7 trilhão, com 1% chance de que US$ 13,2 trilhões estejam em risco.
Preocupações sobre aquecimento global já encabeçam as discussões de economistas. Em janeiro, o Fórum Econômico Mundial disse que o fracasso da adaptação e mitigação das mudanças climáticas é a maior ameaça potencial para a economia global em 2016.