Mudanças climáticas agravarão desigualdade nos EUA, aponta estudo
No pior cenário, a redução da renda pode ser de 20% para um terço dos condados mais pobres do país
AFP
Publicado em 30 de junho de 2017 às 09h56.
Última atualização em 30 de junho de 2017 às 09h57.
A falta de medidas para se combater as mudanças climáticas irá agravar a desigualdade nos Estados Unidos, especialmente no sul do país, aponta um estudo divulgado nesta quinta-feira pela revista Science.
A redução da renda pode ser de 20% para um terço dos condados mais pobres do país no pior cenário previsto.
Utilizando modelos econômicos e projeções climáticas, uma equipe de economistas e climatologistas calculou os custos e benefícios da mudança climática nas próximas décadas.
Os estados do Sul e do Meio Oeste dos EUA são os que mais têm a perder, pois suas atividades econômicas migrariam para o norte e o oeste do país, explica Solomon Hsiang, professor da Universidade de Berkeley, Califórnia, e diretor do estudo.
"Se não forem adotadas medidas para a redução dos gases do efeito estufa a região do Golfo do México se verá severamente afetada", disse Robert Kopp, professor de geofísica na Universidade Rutgers, em Nova Jersey, e um dos autores do estudo.
Segundo ele, "a vulnerabilidade da região diante da elevação do nível do mar, agravada por furacões potencialmente mais fortes, representa um risco severo para os habitantes, assim como as ondas de calor".
Os mais beneficiados por toda esta situação seriam os condados situados próximos à fronteira canadense, o que aumentaria as desigualdades entre Norte e Sul.
Segundo o mesmo estudo, para cada 0,55 grau de aumento da temperatura a economia americana perderia 0,7% de seu PIB.