Moody's: adiamento de votação é fator negativo para o Brasil
Para a agência, o adiamento "aumenta a possibilidade de que a reforma não seja aprovada no ano que vem" pela incerteza em torno das eleições
Reuters
Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 14h47.
Última atualização em 14 de dezembro de 2017 às 16h21.
São Paulo - A agência de classificação de risco Moody's afirmou nesta quinta-feira que o adiamento da votação da reforma da Previdência é um fator negativo para o Brasil, deixando clara a falta de apoio político à proposta, o que aumenta a possibilidade dela não ser aprovada no ano que vem.
"O adiamento fortalece as preocupações sobre a capacidade do governo para cumprir o teto de gastos e endereçar efetivamente as tendências fiscais adversas que têm gerado uma persistente deterioração do perfil de crédito do país nos últimos anos", afirmou em nota a vice-presidente e analista-sênior da Moody's para ratings soberano, Samar Maziad.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou nesta quinta-feira a votação da reforma da Previdência para 19 de fevereiro, acabando de vez com as esperanças de que a proposta fosse votada ainda neste ano na Casa.
Segundo Samar, o adiamento indica falta de apoio político para a proposta, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
A agência classifica atualmente o país com nota Ba2, com perspectiva negativa, o que indica que se houver alguma mudança do rating seria para baixo.