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Montadoras reduzem ritmo por férias e restrição na Argentina

Montadoras instaladas no Brasil produziram 237,5 mil veículos em janeiro, queda de 18,7% sobre o recorde para o mês estabelecido em 2013

Funcionários trabalham na linha de montagem da Kombi na fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (Paulo Fridman/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 16h35.

São Paulo - A indústria brasileira de veículos começou 2014 com freios puxados por férias coletivas, atrasos em financiamentos para a venda de caminhões e entraves para exportações à Argentina, principal destino das exportações do setor.

As montadoras instaladas no Brasil produziram 237,5 mil veículos em janeiro, queda de 18,7 por cento sobre o recorde para o mês estabelecido em 2013. Enquanto isso, as vendas ficaram praticamente estáveis, consumindo estoques de modelos produzidos com incidência menor do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou que o desempenho das vendas em janeiro foi bom, apesar da performance dos licenciamentos de caminhões e ônibus, que recuaram 10,9 e 19,6 por cento sobre um ano antes, respectivamente.

Segundo Moan, atraso do governo na definição das regras do PSI --programa que concede financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a juros reduzidos para compra de bens de capital-- desestimulou vendas entre o final de 2013 e início deste ano e montadoras aproveitaram para conceder férias coletivas, com algumas se estendendo até 20 de janeiro.

"Só não foi melhor porque o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) somente foi colocado em operação em 27 de janeiro, o que prejudicou sobremaneira a comercialização de caminhões e ônibus", disse Moan a jornalistas, nesta quinta-feira.

Para este mês, ele espera um "desempenho muito bom" das vendas ante fevereiro de 2013, uma vez que o Carnaval cairá em março. Ele, porém, evitou fazer estimativas e acrescentou que o setor somente terá uma visão clara sobre o ano em meados de julho.

A Anfavea manteve projeção de vendas em 2014 de 3,810 milhões de veículos, alta de 1,1 por cento sobre 2013. Para a produção, o volume esperado segue sendo de 3,765 milhões de veículos. Porém, como a entidade reviu para baixo parte dos números de produção de 2013, o crescimento percentual passou de 0,7 para 1,4 por cento.

No total, as vendas de veículos novos no país em janeiro tiveram alta anual de 0,4 por cento, para 312,62 mil unidades, com carros e comerciais leves registrando avanço de 1 por cento.


Além das férias coletivas, restrições impostas pela Argentina à importação de veículos levaram as exportações brasileiras em janeiro despencarem 29 por cento na comparação anual, disse Moan. A Argentina, que vive uma crise cambial, é destino de três quartos das exportações de veículos brasileiros, Em 2013, o país importou cerca de 475,3 mil veículos do Brasil, de acordo com dados da Anfavea.

Negociação

O presidente da Anfavea afirmou que o setor está "bastante preocupado" com restrições impostas pela Argentina às importações. Em dezembro, o país vizinho baixou regra para reduzir em até 27,5 por cento as importações de veículos no primeiro trimestre, como forma de proteger suas reservas cambiais.

Moan afirmou que a Anfavea reuniu-se com representes do governo brasileiro na quarta-feira para discutir as restrições argentinas e tentar soluções para destravar as exportações do setor.

"Temos que entender a conjuntura de cada país. Em várias ocasiões se buscou um acordo e se conseguiu (...) A expectativa é que possamos solucionar este problema o mais rápido possível", disse Moan, esperando uma revisão das restrições argentinas até o início de março.

Janeiro

A indústria automotiva terminou o mês passado com estoques de 320,8 mil veículos, queda de 9,2 por cento ante o mês de dezembro, que já tinha registrado recuo no número de veículos em pátios de montadoras e concessionárias, após as montadoras desacelerarem a produção no segundo semestre do ano passado.

Um dos destaques do mês foi o queda na participação do segmento de automóveis com motores 1.0 no total das vendas, que recuou para 37,8 por cento em janeiro, um dos níveis mais baixos desde que a categoria foi lançada na década de 1990. Enquanto isso, os carros com motores acima de mil cilindradas atingiram fatia de 61,4 por cento, algo que Moan atribuiu ao aumento da renda da população.

A Fiat encerrou janeiro com vendas de 63.049 automóveis e comerciais leves, ante 70.618 unidades vendidas um ano antes. A Volkswagen apurou licenciamentos de 56.133 unidades em janeiro, ante 61.359 no mesmo mês de 2013, enquanto a General Motors registrou 53.892 emplacamentos, ante 53.033 em janeiro do ano passado 2013.

Em caminhões, a MAN, do grupo Volkswagen, teve licenciamentos de 2.847 unidades, após 3.507 em janeiro do ano passado. Mercedes-Benz teve emplacamentos de 2.632 unidades e foi seguida por Volvo, com 1.495 caminhões emplacados em janeiro.

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São Paulo - A indústria brasileira de veículos começou 2014 com freios puxados por férias coletivas, atrasos em financiamentos para a venda de caminhões e entraves para exportações à Argentina, principal destino das exportações do setor.

As montadoras instaladas no Brasil produziram 237,5 mil veículos em janeiro, queda de 18,7 por cento sobre o recorde para o mês estabelecido em 2013. Enquanto isso, as vendas ficaram praticamente estáveis, consumindo estoques de modelos produzidos com incidência menor do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou que o desempenho das vendas em janeiro foi bom, apesar da performance dos licenciamentos de caminhões e ônibus, que recuaram 10,9 e 19,6 por cento sobre um ano antes, respectivamente.

Segundo Moan, atraso do governo na definição das regras do PSI --programa que concede financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a juros reduzidos para compra de bens de capital-- desestimulou vendas entre o final de 2013 e início deste ano e montadoras aproveitaram para conceder férias coletivas, com algumas se estendendo até 20 de janeiro.

"Só não foi melhor porque o PSI (Programa de Sustentação do Investimento) somente foi colocado em operação em 27 de janeiro, o que prejudicou sobremaneira a comercialização de caminhões e ônibus", disse Moan a jornalistas, nesta quinta-feira.

Para este mês, ele espera um "desempenho muito bom" das vendas ante fevereiro de 2013, uma vez que o Carnaval cairá em março. Ele, porém, evitou fazer estimativas e acrescentou que o setor somente terá uma visão clara sobre o ano em meados de julho.

A Anfavea manteve projeção de vendas em 2014 de 3,810 milhões de veículos, alta de 1,1 por cento sobre 2013. Para a produção, o volume esperado segue sendo de 3,765 milhões de veículos. Porém, como a entidade reviu para baixo parte dos números de produção de 2013, o crescimento percentual passou de 0,7 para 1,4 por cento.

No total, as vendas de veículos novos no país em janeiro tiveram alta anual de 0,4 por cento, para 312,62 mil unidades, com carros e comerciais leves registrando avanço de 1 por cento.


Além das férias coletivas, restrições impostas pela Argentina à importação de veículos levaram as exportações brasileiras em janeiro despencarem 29 por cento na comparação anual, disse Moan. A Argentina, que vive uma crise cambial, é destino de três quartos das exportações de veículos brasileiros, Em 2013, o país importou cerca de 475,3 mil veículos do Brasil, de acordo com dados da Anfavea.

Negociação

O presidente da Anfavea afirmou que o setor está "bastante preocupado" com restrições impostas pela Argentina às importações. Em dezembro, o país vizinho baixou regra para reduzir em até 27,5 por cento as importações de veículos no primeiro trimestre, como forma de proteger suas reservas cambiais.

Moan afirmou que a Anfavea reuniu-se com representes do governo brasileiro na quarta-feira para discutir as restrições argentinas e tentar soluções para destravar as exportações do setor.

"Temos que entender a conjuntura de cada país. Em várias ocasiões se buscou um acordo e se conseguiu (...) A expectativa é que possamos solucionar este problema o mais rápido possível", disse Moan, esperando uma revisão das restrições argentinas até o início de março.

Janeiro

A indústria automotiva terminou o mês passado com estoques de 320,8 mil veículos, queda de 9,2 por cento ante o mês de dezembro, que já tinha registrado recuo no número de veículos em pátios de montadoras e concessionárias, após as montadoras desacelerarem a produção no segundo semestre do ano passado.

Um dos destaques do mês foi o queda na participação do segmento de automóveis com motores 1.0 no total das vendas, que recuou para 37,8 por cento em janeiro, um dos níveis mais baixos desde que a categoria foi lançada na década de 1990. Enquanto isso, os carros com motores acima de mil cilindradas atingiram fatia de 61,4 por cento, algo que Moan atribuiu ao aumento da renda da população.

A Fiat encerrou janeiro com vendas de 63.049 automóveis e comerciais leves, ante 70.618 unidades vendidas um ano antes. A Volkswagen apurou licenciamentos de 56.133 unidades em janeiro, ante 61.359 no mesmo mês de 2013, enquanto a General Motors registrou 53.892 emplacamentos, ante 53.033 em janeiro do ano passado 2013.

Em caminhões, a MAN, do grupo Volkswagen, teve licenciamentos de 2.847 unidades, após 3.507 em janeiro do ano passado. Mercedes-Benz teve emplacamentos de 2.632 unidades e foi seguida por Volvo, com 1.495 caminhões emplacados em janeiro.

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