Ministro da Fazenda da Argentina renunciará e pasta será dividida
Saída de Alfonso Prat-Gay representaria a primeira baixa importante de um membro do ministério do presidente Mauricio Macri
Reuters
Publicado em 26 de dezembro de 2016 às 14h04.
Última atualização em 26 de dezembro de 2016 às 14h29.
Buenos Aires - O governo argentino pediu ao ministro da Fazenda e Finanças, Alfonso Prat-Gay, para renunciar, disse nesta segunda-feira o chefe do gabinete, Marcos Pena, marcando a primeira grande baixa no governo do presidente Mauricio Macri desde que assumiu o poder, há um ano.
Como parte do movimento, o ministério será dividido em dois, com a divisão do Tesouro sendo comandada pelo economista Nicolas Dujovne e a divisão de Finanças liderada pelo atual secretário da área, Luis Caputo, que se reportava à Prat-Gay.
Pena disse que a decisão de Macri de pedir a Prat-Gay para sair tem a ver com questões de gestão, em vez de desacordos sobre a política econômica. Macri tentou acabar com o déficit fiscal da Argentina, mas o governo tem adotado uma abordagem gradual para evitar o agravamento da profunda recessão.
"Devido aos desentendimentos que houve, por vezes, sobre o design e funcionamento da equipe, pensamos que era melhor para a equipe nesta fase fazer uma mudança", disse Pena em entrevista coletiva.
Prat-Gay foi fundamental para elevar os controles cambiais da Argentina e negociar um acordo com os credores dívidas que a Argentina não pagou em 2002, duas das principais conquistas do governo de centro-direita, encerrando mais de uma década de governo populista.
Caputo também desempenhou papel crucial no acordo, que abriu caminho para o retorno da Argentina aos mercados de crédito internacionais pela primeira vez em mais de uma década.
Rumores sobre o futuro de Prat-Gay haviam circulado nas últimas semanas, depois que uma proposta de imposto de renda crucial para as metas de redução do déficit do governo fracassou no Congresso, forçando o governo a renegociar com a oposição.