Ministro alemão de Finanças vê 7 anos de economia global "magra"
Segundo ministro, para crescer, cooperação nas políticas econômicas na Europa é necessária
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2011 às 13h39.
Suúça - O ministro alemã de Finanças, Wolfgang Schaeuble, disse neste sábado que a economia global pode ver "sete anos magros" como resultado dos programas de consolidação fiscal necessários, no momento em que grandes economistas dos Estados Unidos questionam a eficácia das medidas de austeridade.
Em discurso durante um encontro de laureados do prêmio Nobel na Universidade de St. Gallen, na Suíça, Schaeuble disse que pode levar anos para que as medidas de austeridade dêem frutos.
"Pode muito bem haver sete anos magros adiante para a economia g mundial", disse ele, apontando "um intercâmbio entre dor de curta duração e ganho de longo prazo".
O ministro ressaltou a necessidade de cooperação mais estreita nas políticas econômicas na Europa para garantir o crescimento de longo prazo.
"Mas para isso acontecer, a consolidação fiscal imediata e reformas estruturais na Itália, na Espanha, em Portugal e na Grécia são essenciais", declarou.
No início da semana, Schaeuble se encontrou com seu colega francês, François Baroin, para discutir planos para um imposto europeu sobre transações financeiras como parte de um esforço bilateral para uma coordenação econômica mais estreita entre países da zona do euro.
A Alemanha está preparada para abrir caminho com iniciativas como um imposto sobre transações financeiras ou proibição de venda a descoberto, declarou Schaeuble, ainda que um maior consenso a favor de tais medidas ainda tenha que ser alcançado.
Embora as medidas possam levar algum tempo para serem implementadas, e a Europa só possa dar um passo de cada vez, "a direção na qual temos que ir não está em discussão", disse Schaeuble.
AUSTERIDADE NÃO É A RESPOSTA
A estratégia europeia de combater sua crise de dívida soberana com um pacote de austeridade após o outro não somente levou a protestos nas ruas de Atenas e Madri, mas também atraiu as críticas de alguns dos mais brilhantes economistas do mundo.
Na reunião de quatro dias na ilha de Lindau, no sul da Alemanha, 17 premiados com o Nobel de economia discutiram as causas e lições da crise financeira de 2008. A conferência chegou a seu último dia neste sábado, sendo transferida para a Suíça.
Uma conclusão foi que medidas de austeridade foram o caminho errado para restaurar o crescimento da economia global.
"Esse enfoque na austeridade já foi tentado várias vezes", declarou Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de ciência econômica de 2001, em uma conferência, se referindo à grande depressão nos EUA em 1929 e às crises na Argentina e no leste asiático.
"Em quase todos os casos, a economia vai da recessão à depressão. Por que países europeus estão fazendo isso voluntariamente está além do meu alcance", afirmou.
Eric Maskin, que dividiu o prêmio de economia com Leonid Hurwicz e Roger Myerson em 2007, disse: "Medidas de austeridade só pioram."
Entretanto, há esperança entre os laureados de que a Europa conseguirá consertar seus problemas. "Crises como esta não são resolvidas rapidamente", afirmou Robert Mundell, premiado em 1999. "A grande esperança é que se comece a ver o fim disso quando tiverem sido feitos os ajustes que irão colocar as coisas em ordem", disse. "Espero que isso seja feito nos próximos dois anos."
Suúça - O ministro alemã de Finanças, Wolfgang Schaeuble, disse neste sábado que a economia global pode ver "sete anos magros" como resultado dos programas de consolidação fiscal necessários, no momento em que grandes economistas dos Estados Unidos questionam a eficácia das medidas de austeridade.
Em discurso durante um encontro de laureados do prêmio Nobel na Universidade de St. Gallen, na Suíça, Schaeuble disse que pode levar anos para que as medidas de austeridade dêem frutos.
"Pode muito bem haver sete anos magros adiante para a economia g mundial", disse ele, apontando "um intercâmbio entre dor de curta duração e ganho de longo prazo".
O ministro ressaltou a necessidade de cooperação mais estreita nas políticas econômicas na Europa para garantir o crescimento de longo prazo.
"Mas para isso acontecer, a consolidação fiscal imediata e reformas estruturais na Itália, na Espanha, em Portugal e na Grécia são essenciais", declarou.
No início da semana, Schaeuble se encontrou com seu colega francês, François Baroin, para discutir planos para um imposto europeu sobre transações financeiras como parte de um esforço bilateral para uma coordenação econômica mais estreita entre países da zona do euro.
A Alemanha está preparada para abrir caminho com iniciativas como um imposto sobre transações financeiras ou proibição de venda a descoberto, declarou Schaeuble, ainda que um maior consenso a favor de tais medidas ainda tenha que ser alcançado.
Embora as medidas possam levar algum tempo para serem implementadas, e a Europa só possa dar um passo de cada vez, "a direção na qual temos que ir não está em discussão", disse Schaeuble.
AUSTERIDADE NÃO É A RESPOSTA
A estratégia europeia de combater sua crise de dívida soberana com um pacote de austeridade após o outro não somente levou a protestos nas ruas de Atenas e Madri, mas também atraiu as críticas de alguns dos mais brilhantes economistas do mundo.
Na reunião de quatro dias na ilha de Lindau, no sul da Alemanha, 17 premiados com o Nobel de economia discutiram as causas e lições da crise financeira de 2008. A conferência chegou a seu último dia neste sábado, sendo transferida para a Suíça.
Uma conclusão foi que medidas de austeridade foram o caminho errado para restaurar o crescimento da economia global.
"Esse enfoque na austeridade já foi tentado várias vezes", declarou Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de ciência econômica de 2001, em uma conferência, se referindo à grande depressão nos EUA em 1929 e às crises na Argentina e no leste asiático.
"Em quase todos os casos, a economia vai da recessão à depressão. Por que países europeus estão fazendo isso voluntariamente está além do meu alcance", afirmou.
Eric Maskin, que dividiu o prêmio de economia com Leonid Hurwicz e Roger Myerson em 2007, disse: "Medidas de austeridade só pioram."
Entretanto, há esperança entre os laureados de que a Europa conseguirá consertar seus problemas. "Crises como esta não são resolvidas rapidamente", afirmou Robert Mundell, premiado em 1999. "A grande esperança é que se comece a ver o fim disso quando tiverem sido feitos os ajustes que irão colocar as coisas em ordem", disse. "Espero que isso seja feito nos próximos dois anos."