Ministro alemão critica UE por pedir mais estímulos fiscais
Recentemente, a Comissão Europeia apelou aos países que tenham folga fiscal para ampliar os gastos e se concentrar menos em medidas de austeridade
Estadão Conteúdo
Publicado em 22 de novembro de 2016 às 11h01.
Berlim - O ministro de Finanças da Alemanha , Wolfgang Schäuble, fez graves críticas hoje à Comissão Europeia por pedir mais estímulos fiscais, com o argumento de que seu país investiu mais nos últimos dez anos do que a média na zona do euro.
Recentemente, a comissão, que é o braço executivo da União Europeia, apelou aos países que tenham folga fiscal para ampliar os gastos e se concentrar menos em medidas de austeridade.
Na ocasião, o órgão recomendou que os integrantes da zona do euro busquem uma expansão fiscal equivalente a até 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 para ajudar a impulsionar a recuperação da região.
Pierre Moscovici, comissário europeu para assuntos econômicos, não citou a Alemanha especificamente, mas acredita-se que a maior economia da zona do euro esteja bem posicionada para ampliar investimentos e gastos, tendo em vista seu superávit orçamentário e economia robusta.
Para Schäuble, as recomendações da comissão foram "direcionadas para o jogador político europeu errado".
O ministro, que falou durante debate no Parlamento alemão, declarou que seu país aumentou os investimentos em 3,9% anualmente na última década, ante um avanço médio de 0,7% nos investimentos da zona do euro no mesmo período. Ainda segundo Schäuble, os gastos alemães subiram 2,3% anualmente, enquanto os da zona do euro avançaram 2,5% em média.
Schäuble também fez um alerta contra pedidos para aumentos de impostos para financiar os gastos da Alemanha com bem-estar social, devido à necessidade de competir com outros países por investimentos corporativos e empregos.
"Competição tributária e tentativa de dumping tributário já estão começando de novo mundialmente. Temos de combater isso", afirmou o ministro.
O imposto alemão para o setor corporativo é de 15%, mas as empresas pagam uma taxa local adicional que traz a carga tributária total a quase 30%. Fonte: Dow Jones Newswires.