Ministério da Economia piora projeção de PIB e inflação para 2021 e 2022
Agora, a estimativa é de alta no Produto Interno Bruto (PIB) de 5,1% este ano, contra 5,3% antes. Para o ano que vem a projeção passou a 2,1% no ano que vem, de 2,5% em setembro
Reuters
Publicado em 17 de novembro de 2021 às 10h27.
Última atualização em 17 de novembro de 2021 às 10h34.
A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia piorou nesta quarta-feira suas projeções oficiais para a inflação e para a economia tanto em 2021 quanto em 2022, embora tenha seguido mais otimista que o mercado em relação à atividade.
Agora, a estimativa é de alta no Produto Interno Bruto (PIB) de 5,1% este ano, contra 5,3% antes. Para o ano que vem a projeção passou a 2,1% no ano que vem, de 2,5% em setembro.
Olhando para o terceiro trimestre, a expectativa é de avanço de 0,4% do PIB sobre os três meses anteriores, com alta de 4,8 ante igual período do ano passado.
A SPE atribuiu a revisão dos números anuais à deterioração das condições financeiras no âmbito doméstico, e à mudança no cenário internacional, com menos crescimento e avanço inflacionário nas principais economias globais.
No Brasil, pontuou a secretaria, observou-se nos últimos meses elevação mais intensa da parte longa da curva de juros. O movimento teve como pano de fundo uma deterioração do prêmio de risco por temores fiscais após Planalto e Ministério da Economia abraçarem a mudança na regra do teto de gastos para abertura de mais espaço orçamentário em 2022.
"Na estrutura a termo da taxa de juros, desde a divulgação da última grade de parâmetros, a taxa de 5 anos chegou a subir em quase 200 pontos-base. Caminho semelhante foi percorrido pela taxa de câmbio, cuja depreciação levou a taxa para valor próximo a 5,70 reais por dólar", disse a SPE.
Para a inflação medida pelo IPCA, a estimativa da equipe econômica subiu para 9,7% em 2021, de 7,9% antes, e 4,70% em 2022, contra 3,75% no boletim anterior, publicado há dois meses. Com isso, os números ficaram próximos aos esperados por agentes econômicos e mais distantes do centro da meta de inflação.
A meta é de 3,75% neste ano e 3,5% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Agentes de mercado preveem PIB de 4,88% este ano e de 0,93% para o ano que vem. Já para a inflação, as expectativas são de alta de 9,77% e 4,79%, respectivamente, conforme pesquisa Focus mais recente.
A SPE defendeu que a visão mais otimista para a economia no ano que vem tem amparo na melhora do mercado de trabalho e no investimento privado, principalmente em infraestrutura.
Para o INPC acumulado neste ano --que serve de parâmetro para a correção do salário mínimo e de uma série de despesas previdenciárias no orçamento do ano que vem-- a conta foi a 10,04%, de 8,4% anteriormente. O Ministério da Economia já havia divulgado que cada 1 ponto de elevação no INPC implicava aumento de cerca de 8 bilhões de reais nas despesas públicas obrigatórias.