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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.
São Paulo, 9 de dezembro (Portal EXAME) As exportações de motocicletas em novembro deram um salto de 273% em comparação com o mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a novembro, a alta é de 6,9%.
O resultado anual pode não parecer significativo, mas é visto como uma grande vitória pelo setor. Isso porque, em 2001, a Argentina respondia por 52% das vendas ao exterior. Neste ano, não comprou sequer uma mobilete.
Estamos ampliando outros mercados , afirma Franklin de Mello Neto, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas e Bicicletas (Abraciclo).
O México, agora principal comprador das motos produzidas no Brasil, responde por 43% das vendas ao exterior. No ano passado, esse índice era de 9,9%. Outros países também passaram neste ano a integrar pela primeira vez a lista de importadores. É o caso da África do Sul, Cingapura, Jamaica e Haiti.
A Honda, líder absoluta, detém a cômoda posição com 87,7% das vendas ao exterior. Os outros 12,3% ficam por conta da Yamaha.
De acordo com Mello Neto, o impulso das exportações tomou força em 1999, após a primeira grande desvalorização do Real. Na época, o setor tomou uma decisão: aumentar o índice de nacionalização dos produtos. Ou seja, usar mais peças brasileiras nas motos fabricadas aqui. Resultado: o índice médio de nacionalização, que era de 68%, passou hoje para 85%.
Nos produtos mais baratos, de baixa cilindrada (até 200 cc), que respondem por cerca de 60% das vendas totais, o índice de nacionalização saltou de 75% para 95%.
Na prática, isso significa que, com o dólar em trajetória de alta, as motos aqui produzidas tornaram-se mais competitivas no quesito preço no cenário internacional.
A expectativa da Abraciclo é que esse ano a produção total atinja 880 mil unidades e que a exportação represente 12% desse total. Para 2006, a estimativa é de 1,5 milhão de unidades produzidas. A exportação deve passar para 15%.
Para esses números, porém, se tornarem realidade, especialmente os que se referem ao mercado interno, uma situação deve ser mantida: a estabilidade econômica.
O setor de motos definiu nos últimos anos um nicho de mercado específico para crescer: o de pessoas físicas com renda de até três salários mínimos. Elas representam 85% dos compradores de moto por meio de consórcio , diz.
O consórcio, aliás, é a principal forma de venda de motos no país _55% do total.
O executivo da Abraciclo afirma, porém, que o setor acredita que a inflação que vem sendo registrada recentemente é uma bolha. Tanto que as empresas do setor continuam investindo para que possamos aumentar a capacidade de produção , diz.
Nas exportações, o crescimento futuro se baseia nos frutos do acordo bilateral fechado com o México neste ano e na retomada das vendas para a Argentina.