Economia

Meta de crescimento ainda seria objetivo principal da China

Segundo pesquisa da consultoria Oxford Economics, chineses continuam firmes em sua intenção de fazer dobrar o PIB per capta e a renda pessoal de 2010 a 2020


	China: para a Oxford Economics, meta de crescimento do país é ambiciosa e pode distrair as autoridades de reformas dolorosas
 (Getty Images)

China: para a Oxford Economics, meta de crescimento do país é ambiciosa e pode distrair as autoridades de reformas dolorosas (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2016 às 15h36.

São Paulo - A meta de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) continua a ser o principal objetivo das autoridades chinesas, o que pode atrasar as reformas estruturais necessárias ao país, afirma o economista Louis Kuijs, diretor de pesquisa da consultoria Oxford Economics para a Ásia.

Em relatório a clientes, o analista argumenta que, apesar das autoridades terem reduzido a meta de expansão de "cerca de 7,0%" para "entre 6,5% e 7,0%" este ano, o número revela que elas continuam firmes em sua intenção de fazer dobrar o PIB per capta e a renda pessoal dos chineses de 2010 a 2020.

"Na nossa opinião, a meta é ambiciosa e pode distrair as autoridades de reformas dolorosas, como o fechamento de empresas estatais não lucrativas", afirmou Kuijs.

Tais reformas são mais fáceis em um ambiente de alto crescimento, como o vivido no começo da década, quando essa meta de dobrar o PIB foi traçada, ele explica. No entanto, dada a falta de motores naturais para o crescimento, ela exigirá grande esforço por parte da política macroeconômica.

"Insistir em uma meta estabelecida há cinco anos, em circunstâncias diferentes, deverá atrasar o andamento de reformas importantes para controlar o alto endividamento e reduzir o excesso de capacidade (da economia)", diz o analista. "É uma pena, porque um crescimento na casa dos 6,0% já seria o suficiente."

Entre os estímulos mencionados durante o Congresso Nacional do Povo, que começou neste sábado, Kuijs destacou a permissão para um déficit orçamentário maior este ano. Segundo dados do governo, o número deve crescer de 2,4% no ano passado para 3,0% este ano.

Já o Financiamento Total Social (TSF), uma medida criada pelo Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) que exclui o crédito tomado pelos governos central e locais, deve crescer 13%. Isto significa, nas contas da Oxford Economics, uma aumento de 16 pontos porcentuais na relação entre TSF e PIB, para 225% ao final do ano.

Por outro lado, as declarações endereçadas às medidas de reforma não trouxeram surpresas. "O governo se comprometeu a proceder com seus esforços "proativamente, mas com prudência", o que confirma nossas expectativas de que os esforços serão relativamente tímidos", comentou.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaIndicadores econômicosPIB

Mais de Economia

‘Problema dos gastos no Brasil não é ter os pobres no Orçamento’, diz Simone Tebet

Plano Real, 30 anos: Gustavo Loyola e as reformas necessárias para o Brasil crescer

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Mais na Exame