Mercado passa a ver contração de 0,48% no Brasil em 2020
Levantamento semanal do Banco Central mostrou ainda que a expectativa é de que a taxa Selic seja reduzida em maio e termine ano em 3,50%
Reuters
Publicado em 30 de março de 2020 às 09h04.
Última atualização em 31 de março de 2020 às 00h57.
O mercado passou a ver contração da economia brasileira neste ano em meio às incertezas sobre os impactos da pandemia de coronavírus no país e no mundo, com inflação abaixo de 3% e taxa de juros ainda mais baixa.
De acordo com a pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira, a expectativa agora é de uma contração de 0,48% do Produto Interno Bruto ( PIB ) em 2020, contra alta de 1,48% vista antes. Para 2021, permanece a projeção de expansão de 2,50%.
O cenário para a produção industrial passou a uma expansão de 0,85% neste ano, de 1% antes, recuperando-se com um crescimento de 2,50% no próximo ano.
A estimativa atual do governo para a economia este ano é de avanço de 0,02%, mas o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, alertou no fim de semana que essa projeção pode estar defasada e que uma nova pode mostrar o PIB negativo.
O levantamento semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a expectativa é de que a taxa de juros Selic seja reduzida novamente em maio e termine o ano a 3,50%. Antes a expectativa era de que permanecesse na taxa atual, de 3,75%.
Para 2021 a conta para os juros básicos foi reduzida em 0,25 ponto percentual, a 5%.
O Top-5, grupo dos que mais acertam as previsões, vê os juros ainda mais baixos no final deste ano, a 3,13% na mediana das projeções, de 3,38%. Para o ano que vem, também houve redução na expectativa, a 4,50%, de 5,0%.
Os economistas consultados também passaram a ver a inflação abaixo de 3% em 2020, a 2,94%, contra 3,04% na semana anterior. Para 2021, a estimativa foi reduzida em 0,03 ponto percentual, a 3,60%.
O centro da meta oficial de 2020 é de 4% e, de 2021, de 3,75%, ambos com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.