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Mercado interno compensará queda mundial de preços do aço

O ritmo de reajuste de preços do aço no mercado mundial deve diminuir no segundo semestre. A perspectiva, entretanto, pode não se repetir no mercado interno, segundo a corretora Espírito Santo Research. Com a estabilidade da demanda e dos preços internacionais, as siderúrgicas brasileiras tenderão a promover novos reajustes em suas tabelas para o mercado […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h56.

O ritmo de reajuste de preços do aço no mercado mundial deve diminuir no segundo semestre. A perspectiva, entretanto, pode não se repetir no mercado interno, segundo a corretora Espírito Santo Research. Com a estabilidade da demanda e dos preços internacionais, as siderúrgicas brasileiras tenderão a promover novos reajustes em suas tabelas para o mercado interno.

Os analistas da corretora explicam o porquê: as siderúrgicas brasileiras praticam preços, no mercado interno, inferiores aos da tabela spot (preço à vista) do mercado mundial. É sobre esta diferença que as usinas deverão avançar para compensar parte da desaceleração internacional. A projeção de crescimento do consumo brasileiro de aço reforça ainda mais a possibilidade de reajuste nos preços, segundo os analistas. A Usiminas, por exemplo, já revisou os descontos de tabela que praticava, resultando em um aumento médio de 10% em seus preços a partir de maio.

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"O cenário de estabilidade dos preços do aço no mercado internacional e a expectativa de incremento da demanda interna nos permite esperar novos aumentos de preço no mercado doméstico", afirma relatório da Espírito Santo Research. A análise surge num momento em que fornecedores e consumidores de aço discutem o estabelecimento de uma política de preços no Brasil, mediados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No início de junho, ocorreu em Brasília uma reunião entre siderúrgicas e dez setores que consomem intensivamente aço. O encontro contou com a presença do ministro Luiz Fernando Furlan. Outra rodada está prevista para o final do mês. Até lá, encontros setoriais devem ocorrer entre fornecedores e compradores.

Os analistas afirmam, ainda, que o movimento será estimulado também pela expectativa de crescimento da economia brasileira. A venda de veículos automotores, em maio, atingiu média diária de 5.861 unidades, um incremento de 6,6% sobre o mês anterior. O nível de emprego, nas montadoras, cresceu 1% de abril para maio, somando 93,9 mil trabalhadores. Os números levaram a corretora a projetar uma contínua recuperação do setor em 2004, alimentando a possibilidade de reajustes do preço do aço.

Menor intensidade

Para o mercado mundial, os analistas da Espírito Santo Research esperam um "leve arrefecimento de preços no segundo semestre", puxado, sobretudo, pelas medidas de desaceleração da economia chinesa. Os primeiros sinais já foram detectados. Os preços do aço, na China, caíram entre 5% e 10% entre abril e maio, com a desova de estoques nas mãos de distribuidores que temem os efeitos do breque da economia chinesa. Já nos EUA e Europa, os preços subiram entre 7% e 15%. Nas demais regiões, as tabelas mantiveram-se estáveis.

Vários tipos de aço atingiram, em maio, a maior cotação desde 1997 nos mercados europeu e chinês, segundo a corretora. As bobinas de tiras a quente e as bobinas de tiras a frio, por exemplo, foram cotadas a 570 dólares e 660 dólares por tonelada, respectivamente, na Europa. Já os aços galvanizados fecharam em 708 dólares por tonelada. Na China, os galvanizados foram comercializados a 725 dólares.

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