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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h43.
A importação de produtos populares - também conhecidos como de "R$ 1,99" - movimentou 9 bilhões de reais no ano passado. Com o dólar em queda, os empresários do setor, geralmente de pequeno e médio portes, estão refazendo as contas e esperam crescimento de até 30% no faturamento.
Se por um lado o setor comemora o sucesso nas vendas, por outro há uma certa preocupação. "Queremos acabar com essa imagem de que importador é sinônimo de contrabandista", diz Gustavo Dedivitis, presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares (Abipp). A entidade foi criada há um ano como uma forma de evitar que importadores legais sejam prejudicados com a expansão do comércio ilegal. Hoje, 60% dos produtos populares que chegam ao país não pagam impostos.
O desafio é atual é rever o preço de cada um dos 6 000 itens que compõem a categoria de produtos populares. Isso porque existe um valor mínimo, definido pelo governo, para a importação desses produtos. Segundo Dedivitis, esses valores estão defasados. "Para se ter uma idéia, o valor mínimo para importação de um pente hoje é de cerca de 8 dólares. Sendo que os importadores conseguem trazer o produto por centavos", diz o presidente da entidade. Cerca de 80% desses produtos vêm da China.
A lista inclui desde brinquedos até utensílios de cozinha, todos com baixo valor agregado e preços que vão até, no máximo, 20 reais. Segundo Dedivitis, os importadores não querem roubar o espaço da indústria nacional. "Tanto é que estamos conversando com alguns setores, como o de brinquedos, para que haja um acordo sobre quais produtos podem ser importados sem prejuízo para os empresários locais. Nosso objetivo é importar apenas os produtos que não tiverem similares no país", diz.