Economia

Mercado de capitais quer financiar menos a dívida pública

O financiamento da dívida pública é o maior problema para o setor de mercado de capitais, de acordo com Alfredo Egydio Setúbal, o novo presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Em seu discurso de posse, que aconteceu nesta segunda-feira (18/8), em São Paulo, Setúbal afirmou que "hoje, a poupança privada financia o […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h37.

O financiamento da dívida pública é o maior problema para o setor de mercado de capitais, de acordo com Alfredo Egydio Setúbal, o novo presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Em seu discurso de posse, que aconteceu nesta segunda-feira (18/8), em São Paulo, Setúbal afirmou que "hoje, a poupança privada financia o governo e enfraquece o mercado de capitais."

A opinião do executivo do Itaú foi endossada por Luiz Leonardo Cantidiano, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pelo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles. Segundo Meirelles, "o perfil da dívida em relação ao PIB está melhorando, com o alongamento progressivo dos prazos de vencimento. A parcela da dívida pública atrelada à variação cambial está sendo expressivamente reduzida." Para o presidente do BC, este processo permitirá que as necessidades de financiamento corrente do setor público pesem menos sobre a poupança privada. "A manutenção e a consolidação do equilíbrio fiscal representarão, sem dúvida, um enorme impulso para o mercado de capitais." Atualmente em 60% do total do PIB, a dívida deve chegar a menos de 40% no final da década, segundo Meirelles.

Como opção, Nelson Rocha Augusto, presidente da BB DTVM (do Banco do Brasil), afirmou que estão em estudo tipos de investimentos que desonerem em Imposto de Renda o investidor que optar por aplicações de mais longo prazo. Augusto foi empossado como vice-presidente da Anbid.

Fundos de infra-estrutura

O novo presidente da Anbid disse que não há nenhum projeto em andamento para criar fundos de investimentos para financiar a área de infra-estrutura. "É perigosa a aplicação compulsória dos recursos", disse ele. "Sou contra o direcionamento de fundos para atender a necessidades específicas do governo. Nunca de forma compulsória."

Cantadiano concorda com a posição de Setúbal. "Isso deve acontecer como no caso dos fundos de investimento que atuaram nas privatizações do setor de telecomunicações e elétricas", disse ele.

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