Membro do BCE diz que taxa de depósito negativa será eficaz
Segundo Ignazio Visco, autoridade está preparado para lidar com possíveis consequências não intencionais das taxas de depósito negativas
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2013 às 09h31.
Frankfurt - Cortar a taxa de depósito do Banco Central Europeu ( BCE ) para abaixo de zero será uma maneira eficaz de ajudar a economia da zona do euro, disse o membro do BCE Ignazio Visco nesta segunda-feira, segundo entrevista ao canal de TV CNBC.
Levar a taxa de depósito para território negativo significará que o BCE vai cobrar dos bancos comerciais por manter o dinheiro deles, algo que o presidente do BCE, Mario Draghi, disse que o banco está "tecnicamente preparado" para fazer.
Tal ação pode encorajar os bancos a emprestarem dinheiro para a economia real, ao invés de mantê-lo no BCE, embora isso também possa ter um grande impacto nas próprias operações dos bancos e grandes implicações para os mercados de financiamento e de títulos.
Embora a Dinamarca, que não é integrante da zona do euro, tenha experimentado taxas de depósito negativas, o BCE será o primeiro grande banco central a utilizar a medida --uma ação de política que o BCE está avaliando a fim de tentar impulsionar o empréstimo a empresas na zona do euro.
Visco afirmou que o BCE está preparado para lidar com possíveis consequências não intencionais das taxas de depósito negativas.
"Todos nós concordamos no Conselho que temos que observar com cuidado e, nesse caso, podemos reduzir a taxa (de depósito)", disse Visco na entrevista.
"Achamos que --e eu pessoalmente acho que é efetiva --a economia é capaz de lidar com isso. Tecnicamente, estamos equipados e prontos para intervir. Pode haver consequências não intencionais --sabemos que podemos ter que trabalhar nisso-- e sabemos como trabalhar nisso", disse ele.
O euro chegou a cair contra do dólar para 1,2953 dólar após as declarações de Visco, mas voltou a subir e era negociado a 1,2987 às 9h08, horário de Brasília.
O BCE manteve a taxa de depósito em zero em sua reunião em 2 de maio, quando cortou a principal taxa de juros para uma mínima recorde de 0,5 por cento.