Economia

Medidas gregas ampliam recessão, mas barateiam dívida

ATENAS (Reuters) - A economia grega vai encolher mais 2 por cento neste ano, muito mais que o atualmente previsto pelo governo, mas os custos com a dívida vão diminuir, disse o presidente do banco central da Grécia, George Provopoulos, à Reuters.   Lutando com um déficit exorbitante e 300 bilhões de euros em dívida, […]

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2010 às 12h36.

ATENAS (Reuters) - A economia grega vai encolher mais 2 por cento neste ano, muito mais que o atualmente previsto pelo governo, mas os custos com a dívida vão diminuir, disse o presidente do banco central da Grécia, George Provopoulos, à Reuters.

Lutando com um déficit exorbitante e 300 bilhões de euros em dívida, Atenas pretende reduzir o buraco no orçamento em 4 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, por meio de uma combinação de cortes de gastos e aumento de impostos.

Isso ainda vai deixar o país com um déficit de 8,7 por cento do PIB, e economistas dizem que o sucesso do plano dependerá de uma implementação rígida e da tranquilidade social.

Mas o plano aliviou os temores do mercado sobre a capacidade do país de financiar sua dívida e reduziu o prêmio pago pela Grécia para tomar empréstimos.

"Todos os arrojados pacotes de consolidação fiscal inicialmente têm alguns efeitos de contração. É uma das razões pelas quais nós esperamos que a atividade econômica se contraia 2 por cento neste ano", disse Provopoulos, que também é membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE), em entrevista à Reuters divulgada nesta sexta-feira.

"Porém, o pacote de consolidação fiscal também vai criar condições para o crescimento sustentável no futuro, algo que não ocorreria na ausência de um programa real de consolidação", disse.

A economia da Grécia encolheu 2 por cento em 2009, sua primeira recessão desde 1993.

A previsão de Provopoulos se compara com a contração de 0,3 por cento projetada pelo governo, e um crescimento menor também prejudicaria as receitas orçamentárias.

No entanto, ele disse que a austeridade fiscal -- que gerou protestos populares na Grécia -- terá efeitos positivos no longo prazo e melhorariam as avaliações de crédito do país.

"Eu sou otimista e acredito que, com o governo seguindo o com o programa e enriquecendo-o com políticas estruturais, nós vamos transformar um ciclo vicioso em um ciclo virtuoso. Isso criará velocidade positiva para o crescimento sustentável", disse ele.

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