Medidas anticrise aumentam casos de suicídio na Grécia
As ações anticrise aumentaram em um terço o número de suicídios no país, segundo estudo
Da Redação
Publicado em 3 de fevereiro de 2015 às 06h56.
Paris - As medidas de austeridade adotadas em junho de 2011 na Grécia para responder à crise da dívida pública aumentaram em um terço o número de suicídios no país - revela um estudo publicado nesta terça-feira.
Uma equipe de pesquisadores gregos e americanos estudou as estatísticas mensais de suicídios na Grécia de 1983 a 2012, comparando-as a datas-chave, como os planos de austeridade adotados a partir de 2008, o ingresso do país na zona euro em 2002, ou a organização dos Jogos Olímpicos em 2004.
"Nossa análise mostra um aumento significativo dos suicídios, após os acontecimentos relacionados com a austeridade na Grécia", constata o estudo publicado no periódico britânico BMJ Open.
O anúncio do governo grego, em junho de 2011, de um segundo pacote de medidas de austeridade - com reduções salariais e cortes nos gastos com benefícios sociais - parece ter tido o maior impacto no fenômeno.
O número de suicídios (de homens e mulheres) aumentou 35,7%, em média, "nos meses que se seguiram a essa data", afirma o principal autor do estudo, Charles Branas.
Os pesquisadores também observaram o aumento dos suicídios entre os homens após o início da recessão grega em outubro de 2008 (+13,1%), assim como em abril de 2012 (+29,7%). Abalou o país o caso de um pensionista que, desesperado com a austeridade, matou-se em uma praça de Atenas.
Em maio e julho de 2012, os dados mensais de suicídios são os mais altos observados nos últimos 30 anos, com 62 e 64 mortes nesses dois meses, respectivamente.
O menor número de suicídios coincide com períodos economicamente favoráveis: fevereiro de 1983 e novembro de 1999 (14 suicídios).
O professor de Epidemiologia da Universidade da Pensilvânia (EUA) Charles Branas afirma que não são apenas as políticas econômicas que influem nas curvas de suicídio, mas também "as mensagens públicas" que acompanham essas políticas.
Tanto os políticos quanto a imprensa devem estar conscientes do "impacto negativo potencial para a saúde pública, em particular, nos suicídios", dessas medidas de austeridade, disse ele à AFP.
O especialista sugere que as políticas de austeridade sejam apresentadas ao público de maneira "menos dramática" e que se escolha as políticas "menos drásticas", quando tiverem a mesma eficácia econômica.
Paris - As medidas de austeridade adotadas em junho de 2011 na Grécia para responder à crise da dívida pública aumentaram em um terço o número de suicídios no país - revela um estudo publicado nesta terça-feira.
Uma equipe de pesquisadores gregos e americanos estudou as estatísticas mensais de suicídios na Grécia de 1983 a 2012, comparando-as a datas-chave, como os planos de austeridade adotados a partir de 2008, o ingresso do país na zona euro em 2002, ou a organização dos Jogos Olímpicos em 2004.
"Nossa análise mostra um aumento significativo dos suicídios, após os acontecimentos relacionados com a austeridade na Grécia", constata o estudo publicado no periódico britânico BMJ Open.
O anúncio do governo grego, em junho de 2011, de um segundo pacote de medidas de austeridade - com reduções salariais e cortes nos gastos com benefícios sociais - parece ter tido o maior impacto no fenômeno.
O número de suicídios (de homens e mulheres) aumentou 35,7%, em média, "nos meses que se seguiram a essa data", afirma o principal autor do estudo, Charles Branas.
Os pesquisadores também observaram o aumento dos suicídios entre os homens após o início da recessão grega em outubro de 2008 (+13,1%), assim como em abril de 2012 (+29,7%). Abalou o país o caso de um pensionista que, desesperado com a austeridade, matou-se em uma praça de Atenas.
Em maio e julho de 2012, os dados mensais de suicídios são os mais altos observados nos últimos 30 anos, com 62 e 64 mortes nesses dois meses, respectivamente.
O menor número de suicídios coincide com períodos economicamente favoráveis: fevereiro de 1983 e novembro de 1999 (14 suicídios).
O professor de Epidemiologia da Universidade da Pensilvânia (EUA) Charles Branas afirma que não são apenas as políticas econômicas que influem nas curvas de suicídio, mas também "as mensagens públicas" que acompanham essas políticas.
Tanto os políticos quanto a imprensa devem estar conscientes do "impacto negativo potencial para a saúde pública, em particular, nos suicídios", dessas medidas de austeridade, disse ele à AFP.
O especialista sugere que as políticas de austeridade sejam apresentadas ao público de maneira "menos dramática" e que se escolha as políticas "menos drásticas", quando tiverem a mesma eficácia econômica.