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Mantega descarta estímulos à economia, mesmo com PIB fraco

O governo não adotará medidas adicionais de estímulo à economia, apesar do desempenho do PIB no 1º tri, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega

"Consumo não deve ser o carro-chefe do crescimento da economia. Queremos que seja o investimento", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega (Wilson Dias/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de maio de 2013 às 17h13.

Brasília - O governo brasileiro não adotará medidas adicionais de estímulo à economia, apesar do desempenho do PIB no primeiro trimestre ter ficado aquém do esperado, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira.

Para aquecer a economia, o governo adotou desde o ano passado uma série de estímulos, como desonerações fiscais e linhas de crédito mais baratas. Mesmo assim, o PIB cresceu apenas 0,9 por cento em 2012 como um todo e não acelerou no início deste ano.

"O governo não pretende implementar novas medidas de estímulo... Não pretendemos fazer estímulo ao consumo, que tem de se recuperar a partir do estímulo ao investimento", disse Mantega a jornalistas. "Consumo não deve ser o carro-chefe do crescimento da economia. Queremos que seja o investimento."

O Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento trimestral de apenas 0,6 por cento entre janeiro e março passado, mesmo ritmo do quarto trimestre de 2012 e abaixo do esperado pelos agentes econômicos. O consumo das famílias cresceu apenas 0,1 por cento, enquanto a indústria caiu 0,3 por cento.

Diante do resultado fraco e abaixo das estimativas, o ministro disse que o governo irá rever para baixo a previsão de crescimento de 3,5 por cento em 2013.

Mantega avaliou que o bom resultado dos investimentos no trimestre passado --com expansão na comparação trimestral de 4,6 por cento-- veio com melhora de qualidade, mesmo diante do cenário internacional adverso. Segundo ele, os estímulos feitos pelo governo estão surtindo efeito, e as concessões ainda vão elevar os investimentos no país.

Ele destacou ainda que a economia está num ritmo de crescimento anualizado de 2,2 por cento e que a presidente Dilma Rousseff ficou "muito satisfeita" com os resultados dos investimentos.

Apesar do baixo crescimento, a inflação brasileira resiste em patamar perto de 6,5 por cento em 12 meses-- teto da meta de inflação do governo, forçando o Banco Central iniciar um novo ciclo de aperto monetário. Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária define a taxa de juros que irá vigorar nos próximos 45 dias.


Como o PIB veio mais fraco do que o esperado, o mercado mudou as suas apostas e agora vê majoritariamente uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, para 7,75 por cento ao ano, ante expectativa anterior de alta de 0,5 ponto percentual.

"A política monetária evoluiu muito no Brasil nos últimos anos. Não temos que olhar a taxa de curto prazo, que é uma avaliação do Banco Central. A política monetária é favorável a investimentos e à atividade econômica", disse Mantega, ao ser questionado sobre qual deveria ser a postura do BC diante do baixo crescimento do PIB.

Mantega avaliou que a inflação já está recuando e disse que o câmbio "não é usado para combater a inflação". Segundo ele, o atual nível do dólar não é uma preocupação para o governo.

Segundo ele, "existem outros instrumentos" para atacar a alta dos preços. "O câmbio é flutuante", afirmou. Após suas declarações, o dólar acelerou a alta, e chegou ao patamar de 2,10 reais na venda.

Medidas provisórias

Com os sinais fracos na economia e diante da decisão de não adotar novas medidas de estímulo, o governo tentará resgatar importantes medidas econômicas já adotadas e que constam em duas medidas provisórias que perderão validade nos próximos dias.

Mantega informou que a desoneração da folha de pagamento para alguns setores da economia, estabelecida pela Medida Provisória 601, que não foi votada no Senado e que perderá validade, será provavelmente inserida nas medidas provisórias 609 e 610, que estão em tramitação no Congresso.

Ele também disse que a perda da validade da MP 605, que contém medida para redução da tarifa de energia elétrica, não impedirá a queda da conta de luz das famílias e empresas.

"Essa MP autoriza a Conta de Desenvolvimento Energético a dar subsídio para impedir aumento da tarifa. Isso será feito, vamos antecipar. Dentro da lei faremos a mesma coisa, com mais dificuldade para garantir ao consumidor que não haverá aumento da conta da energia em função da MP não ser aprovada", assegurou Mantega.

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Brasília - O governo brasileiro não adotará medidas adicionais de estímulo à economia, apesar do desempenho do PIB no primeiro trimestre ter ficado aquém do esperado, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta quarta-feira.

Para aquecer a economia, o governo adotou desde o ano passado uma série de estímulos, como desonerações fiscais e linhas de crédito mais baratas. Mesmo assim, o PIB cresceu apenas 0,9 por cento em 2012 como um todo e não acelerou no início deste ano.

"O governo não pretende implementar novas medidas de estímulo... Não pretendemos fazer estímulo ao consumo, que tem de se recuperar a partir do estímulo ao investimento", disse Mantega a jornalistas. "Consumo não deve ser o carro-chefe do crescimento da economia. Queremos que seja o investimento."

O Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento trimestral de apenas 0,6 por cento entre janeiro e março passado, mesmo ritmo do quarto trimestre de 2012 e abaixo do esperado pelos agentes econômicos. O consumo das famílias cresceu apenas 0,1 por cento, enquanto a indústria caiu 0,3 por cento.

Diante do resultado fraco e abaixo das estimativas, o ministro disse que o governo irá rever para baixo a previsão de crescimento de 3,5 por cento em 2013.

Mantega avaliou que o bom resultado dos investimentos no trimestre passado --com expansão na comparação trimestral de 4,6 por cento-- veio com melhora de qualidade, mesmo diante do cenário internacional adverso. Segundo ele, os estímulos feitos pelo governo estão surtindo efeito, e as concessões ainda vão elevar os investimentos no país.

Ele destacou ainda que a economia está num ritmo de crescimento anualizado de 2,2 por cento e que a presidente Dilma Rousseff ficou "muito satisfeita" com os resultados dos investimentos.

Apesar do baixo crescimento, a inflação brasileira resiste em patamar perto de 6,5 por cento em 12 meses-- teto da meta de inflação do governo, forçando o Banco Central iniciar um novo ciclo de aperto monetário. Nesta quarta-feira, o Comitê de Política Monetária define a taxa de juros que irá vigorar nos próximos 45 dias.


Como o PIB veio mais fraco do que o esperado, o mercado mudou as suas apostas e agora vê majoritariamente uma alta de 0,25 ponto percentual da taxa Selic, para 7,75 por cento ao ano, ante expectativa anterior de alta de 0,5 ponto percentual.

"A política monetária evoluiu muito no Brasil nos últimos anos. Não temos que olhar a taxa de curto prazo, que é uma avaliação do Banco Central. A política monetária é favorável a investimentos e à atividade econômica", disse Mantega, ao ser questionado sobre qual deveria ser a postura do BC diante do baixo crescimento do PIB.

Mantega avaliou que a inflação já está recuando e disse que o câmbio "não é usado para combater a inflação". Segundo ele, o atual nível do dólar não é uma preocupação para o governo.

Segundo ele, "existem outros instrumentos" para atacar a alta dos preços. "O câmbio é flutuante", afirmou. Após suas declarações, o dólar acelerou a alta, e chegou ao patamar de 2,10 reais na venda.

Medidas provisórias

Com os sinais fracos na economia e diante da decisão de não adotar novas medidas de estímulo, o governo tentará resgatar importantes medidas econômicas já adotadas e que constam em duas medidas provisórias que perderão validade nos próximos dias.

Mantega informou que a desoneração da folha de pagamento para alguns setores da economia, estabelecida pela Medida Provisória 601, que não foi votada no Senado e que perderá validade, será provavelmente inserida nas medidas provisórias 609 e 610, que estão em tramitação no Congresso.

Ele também disse que a perda da validade da MP 605, que contém medida para redução da tarifa de energia elétrica, não impedirá a queda da conta de luz das famílias e empresas.

"Essa MP autoriza a Conta de Desenvolvimento Energético a dar subsídio para impedir aumento da tarifa. Isso será feito, vamos antecipar. Dentro da lei faremos a mesma coisa, com mais dificuldade para garantir ao consumidor que não haverá aumento da conta da energia em função da MP não ser aprovada", assegurou Mantega.

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