Mais uma pesquisa e reunião do Fed orientam o mercado
O dia de hoje será movimentado. Além das especulações sobre o resultado de uma nova pesquisa do Ibope - encomendada pela Rede Globo e que deve ser divulgada à noite, no Jornal Nacional - o mercado terá de lidar com mais dois fatos: a especulação de bancos que recebem amanhã o pagamento de uma dívida, […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h26.
O dia de hoje será movimentado. Além das especulações sobre o resultado de uma nova pesquisa do Ibope - encomendada pela Rede Globo e que deve ser divulgada à noite, no Jornal Nacional - o mercado terá de lidar com mais dois fatos: a especulação de bancos que recebem amanhã o pagamento de uma dívida, em dólares de hoje, do governo; e a reunião do Federal Reserve, em que será decidida a taxa de juros americana.
A expectativa em relação ao Ibope de hoje é se os números confirmarão a disparada de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, registrada pelo Datafolha no último domingo. Se isso acontecer, a tendência é que o mercado não recupere as perdas de ontem, o que seria natural depois de uma baixa acentuada. Com exagero, mas de forma inevitável, o mercado teme a vitória de Lula já no primeiro turno das eleições.
Esse nervosismo afastou os investidores do mercado, que sofre com a baixa liquidez. Não há negócios, ninguém compra ou vende moeda americana. Com isso, os únicos grandes negociadores são os bancos -- que especialmente hoje especularão o preço da moeda.
O motivo: amanhã vence uma dívida em dólar do governo no valor de 1,5 bilhão. A dívida será paga em reais aos bancos detentores de títulos cambiais. Como a taxa de câmbio usada para determinar o valor em reais será a Ptax (cotação média do dólar) de hoje, espera-se que os credores especulem para pressionar o valor da moeda americana para cima.
Em declarações passadas, o Banco Central afirmou que poderia intervir no mercado de câmbio - para tentar aliviar possíveis pressões de alta - na véspera do vencimento da dívida de 25 de setembro.
As notícias que chegam de fora também não são boas. Os preços do petróleo continuam subindo -- às 7h53, horário de Brasília, os contratos do petróleo tipo Brent para o mês de novembro eram negociados a 29,57 dólares, 1,51% acima da cotação de fechamento da véspera. Analistas projetam uma queda de 2,8 milhões de barris na semana encerrada em 20 de setembro, com o nível de petróleo ficando mais que 15 milhões de barris abaixo do nível observado no mesmo período do ano passado. Além disso, os principais mercados de ações da Ásia fecharam o pregão desta terça-feira com forte queda, impulsionados pelo prejuízo de Wall Street na véspera e pelo temor de uma ação militar no Iraque. A bolsa de Seul liderou as perdas, encerrando o pregão com desvalorização de 4,52%.
Para completar, hoje tem reunião do Federal Open Market Comitee (Fomc), do Fed, em que a taxa de juros dos EUA será definida. No mês passado, o mercado sofreu decepção com a manutenção da taxa em 1,75% ao ano. Um corte era esperado, mas apenas o viés de baixa foi adotado. Como a economia americana não apresentou de lá para cá sinais de forte recuperação, a expectativa é de que desta vez o Fed decida pela redução do valor da taxa.
Outros indicadores
Além da reunião do Fed, os EUA também apresentarão o índice de confiança do consumidor de setembro. O mercado espera que ele fique em 93 pontos, mais alto que o registrado em agosto, que foi de 87,5.
No Brasil, o IBGE divulga a inflação de setembro medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15).
O Seade divulga pesquisa de emprego e desemprego referente ao mês de agosto.