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Lula vai ao Oriente buscar investimentos e salvar relações comerciais

Objetivo é convencer os empresários de que o Brasil mudou e também conquistar novos investimentos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h07.

A viagem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa hoje (23/5), pela Coréia do Sul e Japão, poderá se tornar uma das mais importantes desde a posse, em 2003. O potencial de comércio e investimentos que podem resultar da missão é bastante grande. A maior expectativa se concentra nas negociações com os japoneses: a missão do governo e dos empresários brasileiros é convencer os japoneses considerados um dos negociadores mais desconfiados e conservadores do mundo de que o Brasil não é mais o país instável e caloteiro dos anos 80. A idéia, claramente, é fazer o Japão voltar a investir no país, além de abrir as portas do mercado nipônico para os produtos brasileiros.

O Japão, por outro lado, também tem interesse nessa relação. "Os contatos entre Brasil e China tornaram-se mais freqüentes nos últimos anos. E o governo japonês, principal potência asiática, não poderia ignorar esse fato. Agora eles também querem participar, conversar", explica Henrique Altemani, coordenador do departamento de Pós-Graduação em Relações Internacionais da PUC-SP.

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Hoje, a relação comercial entre os dois países, em termos de volume, é equilibrada. No ano passado, as exportações brasileiras para o Japão somaram 2,7 bilhões de dólares, enquanto que as importações de produtos japoneses foram de 2,8 bilhões de dólares.

O problema aparece quando se olha para o passado. A ligação comercial entre os dois países já foi bem mais intensa: em 1997, o Japão era responsável por 5,8% do total das exportações brasileiras. Desde então esse número vem minguando, e no ano passado fechou em apenas 2,9%. Os investimentos japoneses no Brasil, que tiveram seu auge nos anos 70, seguiram a mesma tendência. Em 1995, o Japão era o quarto país que mais investia no país. Hoje ocupa a 10 posição.

Cesta de produtos

Minério de ferro e carne de frango são as grandes vedetes das exportações brasileiras para o Japão, mas a idéia é aumentar as vendas de produtos de maior valor agregado. "Já faz 30 anos que o Brasil mantém a mesma pauta de exportações para o mercado japonês. Existe espaço para diversificação", diz Teiji Sakurai, presidente da Jetro no Brasil, órgão de comércio exterior do Japão.

Sakurai cita, como exemplo, os alimentos orgânicos. "O Brasil poderia explorar a forte demanda que existe hoje no Japão por esse tipo de produto", diz. Segundo ele, o empresário brasileiro precisa estar atento para não entrar em uma competição direta com os chineses pelo mercado japonês. "O ideal é que se procure produtos diferentes daqueles que estão sendo produzidos na China, que são muito mais baratos", completa.

Ele diz, ainda, que o Japão tem todo interesse em voltar a investir no Brasil. Um indício é que o número de empresários japoneses em visita ao país cresceu bastante no ano passado. Ao investir no Brasil, principalmente em novas fábricas de automóveis, os empresários japoneses estarão estimulando a venda de seus próprios produtos no país, como peças e motores. "Como se vê, os dois países só têm a ganhar", diz Sakura.

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