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Lula tenta fechar posição do ministério sobre a Alca

O Itamaraty comunicará aos ministros de áreas envolvidas com as negociações para formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) o andamento das negociações sobre a criação do bloco. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (8/10) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após se reunir com os ministros das áraeas envolvidas. "A condução […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h56.

O Itamaraty comunicará aos ministros de áreas envolvidas com as negociações para formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) o andamento das negociações sobre a criação do bloco. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (8/10) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após se reunir com os ministros das áraeas envolvidas. "A condução das negociações cabe ao Ministério das Relações Exteriores. Nós levamos essas negociações, mas é necessário manter uma comunicação permanente", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Participaram da reunião com o presidente Lula, além de Amorim, os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), José Dirceu (Casa Civil), Antônio Palocci (Fazenda), Jaques Wagner (Trabalho), e Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência para assuntos internacionais.

Nos últimos dias houve críticas dos ministros Roberto Rodrigues (Agricultura) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) sobre como a equipe chefiada por Amorim conduziu a posição brasileira, sem comunicar aos ministérios envolvidos, na última reunião preparatória à formação da Alca, em Trinidad e Tobago. Segundo os dois ministros, os membros da Câmara de Comércio Exterior não foram comunicados sobre as decisões do Brasil. "Não havia nada de novo na proposta que o Mercosul fez em Trinidad e Tobago. Houve apenas uma tabulação em linguagem de declaração presidencial", disse Amorim.

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Amorim também negou que o Brasil tivesse tomado uma posição intransigente e, com isso, tivesse sido isolado pelos outros negociadores. "Essa idéia de isolamento ou é um certo complexo de perseguição ou tática de desacreditar posições. Nós temos posição. Queremos discutir propostas e as nossas propostas são práticas e pragmáticas. Não estamos barganhando nada. Não estamos intransigentes." O ministro foi enfático ao negar que seja contrário à formação da Alca. Não sou contra a Alca. Sou a favor de uma negociação soberana da Alca, que leve em conta interesses do Brasil de longo prazo, além dos interesses comerciais de curto prazo , disse. As informações são da Agência Brasil.

Newsweek comenta a atuação de Amorim

Na reportagem "A última palavra: Celso Amorim liderando o mundo pobre", publicada essa semana pela revista americana Newsweek, o chanceler brasileiro é apontado como uma das mais importantes lideranças nas disputadas negociações internacionais. Destacando o papel de Amorim durante a última rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC), a entrevista abre espaço para o ministro dar sua posição sobre o polêmico fracasso da rodada.

"A batalha em Cancún tem muitos autores, mas muita fúria recaiu sobre o Brasil, que organizou um bloco de 22 países em desenvolvimento que exigiram dos fazendeiros do Ocidente o fim de subsídios, antes de continuar discutindo outras questões", afirma a revista, que conta que a posição brasileira no envento foi alvo de duras críticas por parte de Robert Zoellick, dos Estados Unidos.

Para a revista, Amorim é um dos diplomatas mais experientes da América Latina que acredita no comércio e na sua liberalização como instrumentos para mudança social. "O comércio é um instrumento não só para criar riqueza, mas também para distribuí-la", disse o ministro à revista.

Amorim também se defendeu das acusações de que o Brasil teria sido um dos grandes responsáveis pelo o fracasso da rodada de Cancún, dizendo que não adianta fazer política unilateral. Numa guerra comercial, todos acabam perdendo , afirmou.

Na avaliação da Newsweek, o Amorim voltou ao Brasil como um herói. "A delegação brasileira decidiu que ganhos limitados não valiam a pena. Apesar da resistência inicial, fomos tratados como um partido negociante legítimo, e não um grupinho de países no canto gritando e criando obstáculos", disse o ministro. O chanceler ainda defendeu a criação do G20+ (grupo dos países em desenvolvimento liderados pelo Brasil) como um ato de coragem, um mecanismo para ouvir e respeitar todos os países, inclusive os menores , e reiterou a importância da reforma da do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. Para ele é imprescindível a inclusão em desenvolvimento no conselho.

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