EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h28.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de uma área de livre comércio entre os países que integram o G-20, entre eles China, Índia e África do Sul. Lula lançou a idéia ao receber nesta sexta-feira (12/12), no Palácio do Planalto, os representantes da delegação ministerial do G-20, grupo de países em desenvolvimento que se formou sob a coordenação do Brasil para defender interesses comuns na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O presidente brasileiro sugeriu que a área fosse aberta também à participação de outros países em desenvolvimento que não fazem parte do bloco.
Lula disse que vários países em desenvolvimento já estão engajados individual e coletivamente em projetos que visam o fim de barreiras alfandegárias, o que viabilizaria a participação na área de livre comércio do G-20. Não que deixemos de lado os mercados dos países desenvolvidos, que continuarão a ser fundamentais, mas para explorar plenamente o potencial que existe entre nós e que não depende de concessões dos países ricos , afirmou.
Lula defendeu o aprofundamento das discussões sobre a área de livre comércio do G-20 durante a reunião da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento, marcada para junho de 2004, em
São Paulo. A voz do G-20, além de se fazer ouvir na OMC, ganha ressonância em todos os debates sobre aperfeiçoamento do multilateralismo. São muitos os nossos aliados, inclusive no mundo desenvolvido. Já estamos negociando com a Índia e a África do Sul, fora, obviamente, as iniciativas no interior de cada uma de nossas regiões , afirmou.
Segundo o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, marco Aurélio Garcia, a sugestão de uma área de livre comércio do G-20 não inviabiliza outras negociações já em curso, como a da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Pelo contrário. É uma ação que reforça , afirmou.
O encontro que está acontecendo em Brasília com representantes do G-20 é o primeiro desde a fracassada reunião da OMC em Cancún, em setembro. O objetivo é afinar o discurso dos países em desenvolvimento para o conselho da OMC que será realizado na próxima semana, em Genebra, na Suíça.