Os deputados participantes da base aliada ignoraram a reivindicação dos governadores contra a manutenção da integralidade e da paridade e promentem levar a diante as mudanças aprovadas na comissão nesta terça-feira (15/7). Os líderes do governo no Congresso e os ministros da Previdência, José Dirceu, e da Previdência, Ricardo Berzoini, continuaram nesta quarta-feira (16/7) as negociações sobre as mudanças no texto da PEC 40/03, que trata da Reforma da Previdência e deve ser apresentado amanhã pelo relator da matéria na comissão especial, deputado José Pimentel (PT-CE).

Pela manhã, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, reuniu-se com a base de apoio do Governo no Congresso e os ministros da Casa Civil, José Dirceu, e da Previdência, Ricardo Berzoini. O consenso na reunião foi defender a manutenção da aposentadoria integral com paridade para os atuais servidores públicos. A decisão será apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando ele voltar da viagem à Europa nesta quinta-feira (17/6).

Berzoini disse que, somente após discutir com o presidente Lula e com os governadores, o governo vai anunciar sua posição sobre a paridade e a integralidade da aposentadoria dos atuais servidores. O ministro adiantou que o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, informou que os governadores da Região Sul e do Mato Grosso do Sul concordaram com a proposta.

"Não podemos afirmar nada. Tudo depende do retorno dos governadores", disse o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT/SP). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, depois de oito dias em viagem oficial à Europa, se reúne às 9h com Dirceu, Pimentel e membros da base aliada.

Dirceu vai apresentar ao presidente o novo texto da reforma que vem sendo negociado pelo governo nos últimos dias. O ministro também espera a posição do presidente Lula para anunciar oficialmente a decisão dos governadores sobre a inclusão da paridade para os atuais servidores públicos. O governo negocia com a base aliada e com os governadores basicamente três questões para serem alteradas no texto original da reforma: manutenção da integralidade de vencimentos para os atuais servidores públicos; paridade nos reajustes para salários e aposentadorias; e mudança do redutor das pensões pagas pelo governo.

João Paulo Cunha disse que prováveis mudanças na reforma não levarão em conta a compensação de benefícios na reforma Tributária. "Uma coisa não tem nada a ver com a outra. E o relator da reforma Tributária está ciente disso." Sobre o andamento da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, ele garantiu que até a primeira quinzena de agosto, o texto deve ser votado em plenário.