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Levy chegaria isolado na equipe de Dilma, diz especialista

Na avaliação do economista Sérgio Vale, da MB Associados, novo ministro da Fazenda Joaquim Levy é um "ponto isolado dentro de uma equipe heterodoxa".

Joaquim Levy no evento Finance Asia Brazil Investment em Hong Kong em 2010: ele é o mais cotado para assumir o Ministério da Fazenda (Thomas Lee/Bloomberg)

Mariana Desidério

Publicado em 22 de novembro de 2014 às 08h01.

São Paulo - Apontado como o próximo ministro da Fazenda, o carioca Joaquim Levy é um “grande economista”, mas terá muito trabalho pela frente para convencer a presidente Dilma Rousseff sobre a política econômica que considera mais adequada para o país. Essa é a avaliação de Sérgio Rodrigo Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

A expectativa era de que a presidente fizesse o anúncio no final da tarde de ontem. O pronunciamento, contudo, foi adiado pelo Planalto. Ainda não foi definida uma data para a divulgação dos nomes da equipe econômica do próximo mandato de Dilma.

Joaquim Levy já fez parte do governo federal. Ele foi secretário do Tesouro Nacional durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

No entanto, segundo Vale, naquela época,  Levy estava em meio a uma equipe econômica que tinha o mesmo pensamento que ele. “Agora, vejo Levy como um ponto isolado dentro de uma equipe heterodoxa”, avalia.

“O trabalho dele vai ser difícil. Ele vai precisar montar uma bela equipe, e vai precisar convencer a presidente de que é necessário fazer um ajuste fiscal duro agora. Algo que o Planalto não compactua”, afirma Vale.

Ainda de acordo com o economista da MB Associados, Joaquim Levy tem um pensamento ortodoxo, “no bom sentido”. Ele explica: “No sentido de que, se você tem um cenário econômico como o nosso, com a parte fiscal em descontrole, é preciso sinalizar uma mudança para favorecer o superávit primário”, diz.

Vale analisa que o novo ministro precisará atuar para desacelerar o crescimento do gasto público, o que pode significar menos investimento. Outra medida deve ser buscar aumentar a receita da União, mexendo nos impostos, com eventual retorno da Cide, imposto que incide sobre combustíveis.

Para além disso, medidas como uma reforma na pensão por morte e a reforma tributária são importantes, mas dependem de aprovação no Congresso. “Esse é mais um gargalo, já que a presidente tem uma relação frágil com o Legislativo”, lembra Vale.

Veja quem é Joaquim Levy, o mais cotado para a Fazenda

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São Paulo - Apontado como o próximo ministro da Fazenda, o carioca Joaquim Levy é um “grande economista”, mas terá muito trabalho pela frente para convencer a presidente Dilma Rousseff sobre a política econômica que considera mais adequada para o país. Essa é a avaliação de Sérgio Rodrigo Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados.

A expectativa era de que a presidente fizesse o anúncio no final da tarde de ontem. O pronunciamento, contudo, foi adiado pelo Planalto. Ainda não foi definida uma data para a divulgação dos nomes da equipe econômica do próximo mandato de Dilma.

Joaquim Levy já fez parte do governo federal. Ele foi secretário do Tesouro Nacional durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.

No entanto, segundo Vale, naquela época,  Levy estava em meio a uma equipe econômica que tinha o mesmo pensamento que ele. “Agora, vejo Levy como um ponto isolado dentro de uma equipe heterodoxa”, avalia.

“O trabalho dele vai ser difícil. Ele vai precisar montar uma bela equipe, e vai precisar convencer a presidente de que é necessário fazer um ajuste fiscal duro agora. Algo que o Planalto não compactua”, afirma Vale.

Ainda de acordo com o economista da MB Associados, Joaquim Levy tem um pensamento ortodoxo, “no bom sentido”. Ele explica: “No sentido de que, se você tem um cenário econômico como o nosso, com a parte fiscal em descontrole, é preciso sinalizar uma mudança para favorecer o superávit primário”, diz.

Vale analisa que o novo ministro precisará atuar para desacelerar o crescimento do gasto público, o que pode significar menos investimento. Outra medida deve ser buscar aumentar a receita da União, mexendo nos impostos, com eventual retorno da Cide, imposto que incide sobre combustíveis.

Para além disso, medidas como uma reforma na pensão por morte e a reforma tributária são importantes, mas dependem de aprovação no Congresso. “Esse é mais um gargalo, já que a presidente tem uma relação frágil com o Legislativo”, lembra Vale.

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